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Deputada Norma Ayub vai pedir audiência a Moro para defender irmão

Deputada Norma Ayub vai pedir audiência a Moro para defender irmão

Odilon Ayub acessou dados do presidente Jair Bolsonaro e está sendo investigado. A Receita identificou que acessos feitos por dois servidores coincidem com datas importantes do calendário eleitoral

Publicado em 6 de abril de 2019 às 21:09

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Norma Ayub é deputada federal e irmã de servidor investigado pela PF. (Facebook/Norma Ayub)

A deputada federal Norma Ayub (DEM) vai solicitar uma audiência ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para defender o irmão, que está sendo investigado pela Polícia Federal. A intenção da parlamentar é esclarecer os atos praticados por Odilon Ayub Alves, que acessou dados sigilosos do presidente Jair Bolsonaro (PSL)

Odilon Ayub Alves é servidor da Receita Federal lotado em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, e acessou informações pessoais de Bolsonaro no sistema do Fisco. Ele foi levado na última quinta-feira (04) para a delegacia da PF para prestar esclarecimentos, atendendo a inquérito que tramita na Justiça. Após ser ouvido, ele foi liberado. Um outro servidor da Receita, de Campinas, também acessou dados do presidente e está sendo investigado.

Deputada Norma Ayub vai pedir audiência a Moro para defender irmão

Por nota, Norma disse que Odilon já prestou esclarecimentos às autoridades e que ele "acessou os dados do presidente da República, Jair Bolsonaro, por mera curiosidade".

> PF investiga capixaba que acessou dados de Bolsonaro na Receita Federal

A parlamentar ainda fez questão de ressaltar na nota que toda sua família fez campanha declarada – nas eleições de 2018 – a Bolsonaro, incluindo Odilon, e que não acredita que o mesmo tenha intenções políticas com o ato.

"Entretanto, na condição de aliada do presidente, (Norma) entendeu por bem prestar esclarecimentos para que não haja qualquer mal-entendido. Por fim, reitera que não tem qualquer vinculação com atos praticados por seu parente e que repudia qualquer tipo de atividade ilícita, seja de quem for", explicou em nota.

CONSULTAS

A Receita Federal identificou que os dois servidores que acessaram dados de Bolsonaro e de seus familiares fizeram várias consultas ao longo de 2018 e em períodos que coincidem com datas importantes do calendário eleitoral. A informação foi dada ao Estadão pelo secretário da Receita Federal, Marcos Cintra.

"Ambos os servidores fizeram vários acessos o ano todo, concentrados em determinados períodos. Está comprovado e está nas mãos da polícia. Nem o secretário da Receita pode entrar e fuçar o que quiser", afirmou Cintra.

Segundo o Estadão, foram levantados dados de irmãos e tios do presidente, além do próprio Bolsonaro. Em depoimento à Polícia Federal, Odilon Ayub Alves disse que fez apenas um acesso e consultou apenas dados cadastrais, por curiosidade.

A Receita abriu sindicância depois de a Corregedoria ter sido informada de que dados confidenciais do presidente e de vários CPFs relacionados à família Bolsonaro estavam sendo acessados – os sistemas do órgão são monitorados e cada consulta é registrada.

Os acessos aos dados foram feitos em datas próximas a convenções de partidos, no início do segundo turno e logo depois do resultado das eleições, entre outras. A PF foi acionada no fim de janeiro e, de acordo com fontes ouvidas pelo Estadão, está investigando a dimensão dos acessos e que dados os servidores, ambos administrativos, conseguiram levantar.

NOTA NA ÍNTEGRA

"A deputada Norma Ayub (DEM-ES) informa que solicitará uma audiência com o Ministro da Justiça, Dr. Sergio Moro a fim de esclarecer os atos praticados por seu irmão Odilon Alves Filho investigado pela Polícia Federal.

Ressalta ainda que o mesmo já prestou esclarecimentos as autoridades e a imprensa informando que acessou os dados do presidente da República, Jair Bolsonaro, por mera curiosidade.

Informa ainda que toda sua família fez campanha declarada para o presidente Bolsonaro, incluindo o investigado, e que não acredita que o mesmo tenha intenções políticas com o ato. Entretanto, na condição de aliada do presidente, entendeu por bem prestar esclarecimentos para que não haja qualquer mal-entendido.

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Por fim, reitera que não tem qualquer vinculação com atos praticados por seu parente e que repudia qualquer tipo de atividade ilícita, seja de quem for."

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