Deputados da bancada federal do Espírito Santo se manifestaram sobre os atos de vandalismo e invasão ao Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto, em Brasília, no domingo (8). Três deles — Felipe Rigoni (União Brasil), Helder Salomão (PT) e Amaro Neto (Republicanos) — já haviam se posicionado nas redes sociais no dia do ataque.
Apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mulher do ex-candidato ao governo do Espírito Santo Carlos Manato, Soraya Manato (PTB) apenas publicou um vídeo dos extremistas invadindo a sede do Executivo nacional, onde atua. Na legenda publicada em colaboração com o marido, apenas uma frase: "manifestantes sobem rampa e ocupam o teto do Congresso Nacional".
Os outros quatro parlamentares capixabas não haviam postado nenhum comentário sobre os atos antidemocráticos até a publicação desta reportagem. Na manhã desta segunda-feira (9), dois deles conversaram com a reportagem de A Gazeta, Neucimar Fraga (PP) e Paulo Foletto (PSB). Até as 12h desta segunda, permaneciam em silêncio Da Vitória (PP), Evair de Melo (PP), Lauriete (PSC) e Norma Ayub (PP), todos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.
Apenas após a publicação da matéria é que Lauriete e Da Vitória, que é coordenador da bancada capixaba no Congresso Nacional, enviaram posicionamento condenando os acontecimentos.
O deputado Helder Salomão (PT) fez várias publicações no Twitter, desde as 15h26 de domingo. Ele classificou os atos como terroristas, criticou as invasões e pediu que os vândalos sejam identificados e punidos. Confira:
O deputado federal reeleito disse ainda que a invasão das sedes dos Três Poderes e a depredação do patrimônio público são atos de vandalismo e que "não têm outro nome": "são atos de terrorismo e precisam ser punidos com os rigores da lei", escreveu.
Na manhã desta segunda (9), o parlamentar petista falou sobre a criação de um e-mail para identificação dos vândalos.
Na mesma linha de Helder Salomão, Felipe Rigoni (União Brasil) ambém se manifestou no Twitter na tarde de domingo (8), chamando o ato de "inaceitável e antidemocrático". O novo secretário de Meio Ambiente do governo de Renato Casagrande (PSB) também cobrou que os responsáveis pelos atos golpistas sejam identificados e punidos.
O deputado Amaro Neto (Republicanos) lançou nota pelos Stories, no Instagram. No texto, afirma que "atos de vandalismo e destruição do patrimônio público são inadmissíveis em qualquer democracia. São uma afronta aos poderes constituídos e à população", escreveu. "Nosso mandato estará sempre ao lado da ordem e do respeito à Constituição", finalizou o parlamentar, que foi reeleito para mais quatro anos na Câmara.
Neucimar Fraga (PP) conversou com a reportagem de A Gazeta nesta manhã. Ele disse que deve chegar a Brasília nesta segunda ou na terça-feira (10) para discutir, junto ao partido — ex-base aliada de Bolsonaro (PL) —, quais ações serão tomadas frente ao decreto de intervenção federal determinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Todo ato de manifestação é constitucional. Agora, todo ato de violência contra pessoas e depredação do patrimônio público e impedimento do direito de ir e vir tem que ser combatido pelas autoridades. Acredito que o que aconteceu ontem em Brasília, atos de vandalismos, de depredação de patrimônio público, violência contra a polícia, tem que identificar quem cometeu tais atos e puni-los conforme rigor da lei", declarou.
Ele continuou dizendo que nem todos os manifestantes que foram à Brasília tinham a intenção de cometer vandalismos, além de criticar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de afastar o governador do Distrito Federal por 90 dias após os ataques.
Paulo Foletto (PSB) também se posicionou. Ele disse à reportagem que, desde que se lembra, esse foi o ato mais agressivo à democracia desde a redemocratização e elogiou o posicionamento do presidente Lula e do STF após os vandalismos.
"É fundamental que haja essa reação do presidente, do STF, porque a gente pode não gostar da decisão das instituições, mas a gente tem que ter paciência de entender que uma decisão às vezes não é do jeito que você gosta mas vai beneficiar um grupo maior de pessoas. É mais do que necessário, fundamental e urgente que essas medidas que já vi agora cedo que estão sendo tomadas; ministro afastando governador de Brasília, acampamentos sendo desmontados".
Da Vitória manifestou-se por meio de nota, após a publicação desta reportagem. No texto, afirma que "toda a manifestação pacífica, independente de posição, é democrática e precisa ser respeitada, o que não pode ser aceito são atos de depredação aos prédios públicos, como ocorreu na Praça dos Três Poderes, e a agressão de membros das forças policiais, fatos que precisam ser investigados", declarou.
Já Lauriete classificou como um "absurdo o que aconteceu ontem". Também por nota, ela disse: "Quem destrói a própria casa? Destruíram a casa do povo, a nossa casa. Fiquei indignada ao acompanhar as imagens. Intolerância não resolve nada, uma visão deturpada de como resolver problemas. Tais atos são inadmissíveis e injustificáveis".
A reportagem de A Gazeta tentou contato com os assessores e com os números pessoais de todos os outros deputados federais em exercício, mas não teve retorno.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta