O ex-prefeito João Coser (PT), derrotado no segundo turno das eleições de 2020 em Vitória, disse que deseja sucesso à administração de Lorenzo Pazolini (Republicanos), que ocupará o cargo de prefeito a partir de 2021.
"As campanhas eram dois projetos bem distintos, um conhecido e outro com uma pessoa mais nova que apresentou uma ideia e foi vencedora. A mim cabe respeitar, como democrata, e naturalmente desejar que consiga ter sucesso na administração", afirmou o petista neste domingo (29).
Pazolini venceu com 102.466 votos (58,5%).
Coser fez um balanço positivo da campanha: "Estou feliz e grato por todos que nos acompanharam, estou com a consciência de dever cumprido, dentro de uma disputa dentro da ética".
Ao ser questionado se a onda antipetista o prejudicou durante a campanha, Coser afirmou que muitas pessoas desconhecem o partido. "Cheguei a ser abordado na rua por pessoas que falavam, com muito respeito: 'gosto muito de você, mas não consigo votar no PT'. Existe esse impacto negativo em uma parcela, mas existe também o impacto positivo de tudo que o PT fez ao longo de anos", avaliou.
O ex-prefeito esteve, ao final das apurações, no comitê da campanha no bairro Jabour, em Vitória, onde encontrou apoiadores. Ele foi recebido com abraços e palavras de carinho. A cada contato, a equipe de Coser higienizava o apoiador e também o ex-prefeito com álcool.
Primeiro tenho a agradecer. Mais de 70 mil cidadãos de Vitória acreditaram em nossa proposta, votaram na gente, em mim e na Jackeline, então de coração queria agradecer muito. Nós fomos vitoriosos, de 14 candidatos passamos para o segundo turno, fizemos um bom debate, conversamos com a cidade, dialogamos e incorporamos propostas que vieram de outras matizes políticas, então foi muito bom e rico, pois a cidade se encontrou com debate.
Foi uma campanha com viés bem diferente das campanhas tradicionais. Eu sou pessoa de rua, de festa, de bons debates e acabei tendo poucas oportunidades, pois a pandemia não nos permitia estar na rua e eu evitei muito, tanto que eu fui um dos poucos que passei sem pegar Covid-19 e estou feliz e grato a Deus por isso.
A campanha cada um faz nas condições que tem, as nossas condições eram essas. Eu agradeço muito a quem esteve comigo, nossos militantes e dirigentes, os partidos aliados, as personalidades de dentro e de fora. Sou muito grato a Deus , pela vida e pela oportunidade, e por essas pessoas que foram gigantes. Estou muito feliz, lógico que gostaria de ganhar a eleição, isso é natural. Apresentei meu projeto, disputei dentro da ética, da verdade e do que acredito. Foi um bom exercício. Eram dois projetos bem distintos. Um comprovado na prática e outro uma pessoa mais nova que apresentou uma ideia e foi vencedora.
A mim cabe respeitar o resultado das eleições e naturalmente desejar que tenha sucesso na administração, porque é assim que devemos fazer. E vou continuar acompanhando o desenvolvimento da cidade, como nós temos proposições e ideias muito distantes, acho que tenho obrigação também de continuar representante a parcela que não apoiou e que acreditou que o meu projeto era correto.
Eu acredito que as fake news pesaram. Eu não tenho nenhum processo contra mim. Eu respondo solidariamente às decisões de setores públicos, pois na Prefeitura de Vitória tem uma legislação chamada desconcentrações de poder e quem responde pelas ações são os secretários, tanto que em todos os processos que foram julgados eu fui afastado, não tenho nenhuma condenação. Em todos os processos que sou solidariamente responsável foi fruto de ação de outra pessoa e esta outra pessoa responsável pela ordenação de despesa. Isso foi usado de forma oportunista. Trabalharam só isso, armaram primeiro com Gandini e depois armaram para a gente, faz parte do jogo, mas nós nunca faríamos um jogo desses. Nós trabalhamos com a verdade, com propostas, cobranças e posições políticas
Pessoas me abordavam na rua falando que "a gente gosta muito de você, mas não consigo mais votar no PT". Isso existe na cidade e impactou na minha campanha negativamente. Mas também tem a parte positiva, tudo que o PT fez de positivo no Brasil impactou positivamente. Tem uma parcela da sociedade, talvez 20%, que acredita que aquele partido faz mal para o Brasil ou levado por ideias dos outros, não conhece o partido e os ideais. Outra coisa é que pessoas dentro do partido erraram, dentro de 2 milhões de afiliados. O PT pode ter pesado.
Como morador eu tenho obrigação de fazer isso. Eu circulo na cidade, as pessoas me cobram isso, no sentido de fazer e no sentido de pedir para que os outros façam. Acho que serei um cidadão consciente para ajudar na proteção da cidade. Vou cumprir meu papel como liderança sem mandato e desejando que ele faça as coisas. Pois, quando o prefeito vai mal, a cidade perde. Não tem sentido eu torcer para que ele vá mal. Eu torço para que Vitória ganhe.
Descansar um ou dois dias, talvez fazer uma viagem para dar uma relaxada e depois tenho que ajudar a Karla (Karla Coser, filha de Coser, eleita vereadora pelo PT) a organizar o mandato, pois nós teremos uma vereadora, se Deus quiser, de muita qualidade na Câmara. Não tenho projeto pessoal nenhum, estarei à disposição do partido e aliados para contribuir nas eleições de 2022, mas não sou candidato a nada, nenhuma definição.
Delegado Pazolini (Republicanos): 58,50%
João Coser
(PT): 41,50%
Votos em branco: 2,41%
Votos nulos: 3,28%
Abstenções: 26,14%
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