Com a saída de Osmar Terra (MDB) do comando do Ministério da Cidadania, anunciada nesta quinta-feira (13), é incerto o destino do ex-deputado federal Lelo Coimbra (MDB) no governo Bolsonaro.
Lelo, secretário especial de Desenvolvimento Social, foi nomeado para o cargo, vinculado à pasta, a convite de Terra. Ele tomou posse no dia 5 de fevereiro de 2019.
No ano anterior, era líder da maioria doe Michel Temer (MDB) na Câmara Federal. O próprio Osmar Terra também integrou o governo Temer. Lelo tentou, sem sucesso, a reeleição em 2018.
Na secretaria especial, o ex-deputado é o número dois do ministério, chegando a assumir o lugar de Osmar Terra quando este precisava se ausentar. Também sob a batuta da secretaria comandada pelo capixaba está o programa Bolsa Família.
Nesta quinta-feira, no entanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou a mudança pelo Twitter, colocando Onyx Lorenzoni (DEM) no lugar de Terra na Cidadania.
A reportagem tenta falar novamente com Lelo, mas ele ainda não retornou o contato feito nesta quinta-feira.
Ainda em dezembro de 2018, o ex-deputado federal disse à reportagem que o convite para ocupar o cargo deu-se pela proximidade com Osmar Terra e não por articulações do MDB.
Substituto de Terra, Onyx até então comandava a Casa Civil de Bolsonaro. Onyx foi desidratado, a Casa Civil já havia perdido, por exemplo, o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que foi para o Ministério da Economia.
O jornal "Folha de S. Paulo" mostrou que cerca de 1 milhão de famílias aguardavam, em janeiro, uma resposta do Ministério da Cidadania para ingressarem no programa de proteção social e transferência de renda aos mais pobres.
O levantamento feito pela Folha considera os 200 municípios de menor renda per capita do Brasil, apontados pelo IBGE em 2017. Em todos, houve recuo na cobertura e um ritmo de atendimento a novas famílias menor que em períodos anteriores.
Além disso, o "Estado de S. Paulo" revelou, esta semana, que o ministério até então sob a batuta de Osmar Terra ignorou alertas e firmou contrato com uma empresa de tecnologia suspeita de fraudes.
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou nesta quarta-feira, ainda de acordo com o "Estadão", que a Corte investigue todos os contratos de tecnologia da informação firmados por Terra.
Na noite desta quarta, Osmar Terra emitiu uma "nota de esclarecimento".
"Sobre as notícias veiculadas pelo Estadão envolvendo a contratação da empresa B2T pelo Ministério da Cidadania é importante destacar: Todos mas todos - os funcionários da linha de decisão e que estão envolvidos na contratação desta empresa foram afastados num processo de aperfeiçoamento dos controles.
As demissões iniciaram-se em agosto de 2019 e terminaram em janeiro deste ano com a demissão de toda a equipe da área de TI.
O Ministério da Cidadania está fazendo um pente-fino em todos os contratos da área. Não houve dispensa de licitação como a reportagem induz, mas uma contratação da empresa pela modalidade pregão eletrônico.
A investigação do envolvimento desta empresa em fraudes no Ministério do Trabalho só veio à tona e ao nosso conhecimento na semana passada.
O Ministério da Cidadania procurou também a Polícia Federal e está colaborando com as investigações."
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta