“A direita acaba de dar um tiro no próprio pé”. A declaração vem do senador do Espírito Santo, Marcos Do Val (Podemos), que repudiou os ataques golpistas ao Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto na tarde de domingo (8), uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Eu estou aqui no Espírito Santo, já estou partindo para o aeroporto para ir para Brasília. E quero dizer para vocês, principalmente para a direita, que o que tá acontecendo no Congresso… Acabamos de perder todas as razões possíveis”, comentou Do Val, em vídeo publicado nas redes sociais na manhã desta segunda-feira (9).
“Agora não podemos nem dizer mais que a esquerda é uma esquerda que quando se reúne e faz quebradeira, que são radicais. Perdemos todas as razões. Simplesmente…”. E emendou: “É óbvio que para toda ação há uma reação. Então, nós (da direita) vamos ser perseguidos, presos. Vai ter várias consequências. Nós regredimos com isso. Muito me entristece, porque nós estamos dando mau exemplo não só para o brasileiro, para o Brasil, mas para o mundo inteiro. A direita acaba de dar um tiro no próprio pé.”
O senador atribuiu os atos a uma parcela radical da direita, e convocou os membros “da direita equilibrada, da direita moderada, da direita racional” para realizar um movimento nas redes sociais repudiando os atos, que deixaram rastros de destruição por toda a praça dos Três Poderes.
“Eu tô partindo agora pra Brasília. (...) Nós estamos montando um grupo de gerenciamento de crise pra resolver essa situação que muito envergonha. Não vai ter intervenção militar”, enfatizou Do Val, sem esclarecer quem faria parte desse grupo.
"Esses que estão aí não nos representam. Não representam a direita, não representam o brasileiro. Brasileiro sempre foi pacífico, sempre seguiu as ordens, e nós estamos aí. Essa radicalidade está dando mau exemplo, está prejudicando todo o trabalho da direita. Nós poderíamos estar agora construindo, de forma democrática, ao longo desse período, sendo uma oposição equilibrada."
O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, até 31 de janeiro, para manter a ordem após a invasão.
Com a intervenção, os órgãos de segurança pública do Distrito Federal ficam sob responsabilidade do secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Garcia Cappelli, nomeado como interventor, subordinado a Lula.
Ainda em resposta aos ataques, o ministro do STF Alexandre de Moraes decidiu afastar o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por no mínimo 90 dias. A Advocacia-Geral da União também pediu a prisão de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, exonerado do cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal na tarde de domingo (8).
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