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Diretora, marido e mais 3 são investigados por direcionar votos em presídio no ES

Diretora, marido e mais 3 são investigados por direcionar votos em presídio no ES

Os servidores do Centro de Detenção Provisória da Serra foram alvo de uma operação deflagrada nesta quinta-feira (05) pela PF

Publicado em 5 de janeiro de 2023 às 17:00- Atualizado há 2 anos

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Servidores da Sejus investigados por pedir voto
Sóstenes, Pablo, Chelsea e Rhuan são investigados. (Reprodução/Redes sociais)

Cinco servidores da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus), que inclusive ocupam cargos de liderança, são investigados pela Polícia Federal por suspeita de terem coagido presidiários para que votassem em determinados candidatos nas eleições de 2022. 

Os servidores do Centro de Detenção Provisória da Serra foram alvo de uma operação deflagrada nesta quinta-feira (05) pela PF, que cumpriu mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Eleitoral da Serra. Os nomes dos candidatos para quem foi pedido voto não estão sendo divulgados uma vez que eles não estão sendo investigados. "A princípio os candidatos não são investigados", explica o superintendente da PF no Espírito Santo, Eugênio Ricas.

Na lista dos investigados está a diretora e o diretor adjunto do centro de detenção, bem como uma servidora. O marido da diretora, que é presidente do Sindicato dos Inspetores Penitenciários, e um ex-diretor da Escola Penitenciária também estão na lista. Confira abaixo os nomes:

Diretora, marido e mais 3 são investigados por direcionar votos em presídio no ES

Também foi determinado pelo Poder Judiciário que os investigados não mantenham contato entre si - exceto no caso do casal -, com os detentos que confirmaram as denúncias iniciais e com os mesários que atuaram durante o pleito. 

O depoimento de todos os investigados está marcado para esta sexta-feira (06), na sede da Polícia Federal, em Vila Velha.

Quem são os investigados

Como mostrou A GazetaSóstenes chegou a ser detido no dia do segundo turno da eleição após resistir à uma abordagem durante apuração de denúncia de boca de urna próximo a um local de votação, na Serra. Ele era diretor da Escola Penitenciária, mas foi exonerado do cargo no dia 02 de janeiro deste ano, antes da operação ser deflagrada. 

Entenda o caso

As investigações se iniciaram após denúncias de que servidores da Secretaria de Justiça do Espírito Santo (Sejus), durante os dias de votação, ao levarem os detentos até a seção eleitoral, induziram e/ou pressionaram os detentos de unidades prisionais a votarem em candidatos de sua preferência.

Na avaliação da PF, a situação se mostra extremamente grave, pois o fato é que o interno está em situação de vulnerabilidade diante do sistema prisional, uma vez que sua vida está sob a proteção e controle do Estado, no caso, dos servidores.

Segundo o superintendente da PF no Espírito Santo, Eugênio Ricas, a equipe constatou que alguns dirigentes prisionais coagiram presos a votar em determinados candidatos. "Isso motivou pedido de cinco mandados de busca e apreensão que foram cumpridos hoje na casa de cinco servidores efetivos da Sejus”, disse.

Ele afirmou ainda que os objetos apreendidos serão analisados e a partir daí será analisado qual rumo a investigação irá tomar.

Sobre a possibilidade da coação ter acontecido em outras unidades, ele disse que a PF não descarta essa hipótese.

“(Na denúncia recebida) tinham outras unidades também, mas só conseguimos comprovar na Serra por enquanto. Mas não exclui as outras. Então, dependendo do que for analisado, outras unidades podem acabar sendo investigadas”.

Os investigados responderão pela prática de coação eleitoral (art. 301 do Código Eleitoral) com pena que pode chegar quatro anos de prisão.

O que diz a Sejus

Em nota, a Sejus informou que, desde a época dos fatos, vem colaborando com as investigações da Polícia Judiciária da União.

Os investigados também foram procurados pela reportagem, que ainda não conseguiu retorno. O espaço está aberto para manifestações.

Errata Atualização
6 de janeiro de 2023 às 09:49

O texto foi atualizado com a informação de que Sóstenes Araújo já havia sido exonerado do cargo de diretor da Escola Penitenciária em 2 de janeiro, ou seja, antes da operação da Polícia Federal.

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