Faltando um ano para a eleição, há uma certeza sobre a disputa pela Prefeitura da Serra, várias indefinições e uma dezena de pré-candidatos.
A certeza: desta vez, Audifax Barcelos (Rede) não será um dos nomes na corrida, uma vez que já está no segundo mandato consecutivo à frente do Executivo municipal. Mas isso não quer dizer que ele não será um ator importante na eleição. Uma das incertezas que ainda pairam no ar é: quem o prefeito vai apoiar? (Veja no fim desta matéria a lista de possíveis candidatos).
Poderia-se supor, também, que será o fim da polarização Sérgio Vidigal (PDT) x Audifax, que marcou a política da cidade nos últimos anos. Melhor não imaginar isso tão rapidamente. Um candidato apoiado pelo prefeito poderia reeditar, indiretamente, o duelo. Basta que o deputado federal do PDT se lance na corrida e que os dois consigam captar intenções de voto na mesma proporção.
Vidigal ainda não se anunciou pré-candidato, nem mesmo para os correligionários, oficialmente. Mas dentro e fora do PDT não é difícil encontrar quem aposte que ele vai tentar ser prefeito da Serra mais uma vez. "O PDT tem dito em eventos públicos que vai ter candidato próprio à prefeitura. Quem mais seria?", questiona um pedetista. "Mas Vidigal tem se mostrado menos ativo nas costuras partidárias do que em outros momentos em que se preparava para disputar", pondera um observador externo. O deputado não retornou às tentativas de contato da reportagem.
Outra incerteza atende pelo nome de Amaro Neto (Republicanos, novo nome do PRB). Também deputado federal, ele não diz se vai aparecer nas urnas da Serra ou nas de Vitória no ano que vem. Só vou definir eleição municipal, minha participação ou não, em março. Não é momento para falar sobre eleição municipal colocando nomes, afirma à reportagem de A Gazeta.
Enquanto isso, Amaro conta que dialoga com todos as lideranças políticas do Espírito Santo, incluindo Audifax e Vidigal. E fala até pensando numa eleição ainda mais distante, ao falar de outra hipótese ainda não definida: Se serei candidato em 2022 ao governo, se não serei .
Se dois deputados federais estão no radar da eleição na Serra, três nomes oriundos da Assembleia Legislativa também se fazem presentes: Bruno Lamas (PSB) - licenciado da Casa enquanto atua como secretário de Estado do governo Casagrande - Alexandre Xambinho (Rede) e Vandinho Leite (PSDB).
Tanto Bruno quanto Xambinho gostariam de contar com o apoio de Audifax na eleição. Xambinho, no entanto, pode até trocar de partido, está de malas prontas para o Republicanos de Amaro. Mas depende, além do sinal do prefeito, da definição do colega. Agora é só questão de definir partido mesmo. A gente se lança como pré-candidato, garante. O Amaro é um amigo e a gente aguarda essa definição dele. Mas hoje a tendência é ele ser candidato em Vitória, avalia Xambinho.
Bruno Lamas tem dialogado com partidos na cidade, mas quer mesmo a palavra do prefeito. A expectativa do partido é que ele esteja conosco, retribuindo o apoio que demos a ele em 2016, afirma. A atual vice-prefeita da Serra é Márcia Lamas, também do PSB e mãe de Bruno. O secretário ressalta que tem mantido diálogo com partidos da base de Audifax em busca de alianças para 2020.
E apresenta outra certeza, agora em relação a Vandinho: Estaremos em lados opostos, isso você pode ter certeza.
Porta-voz da Rede no Espírito Santo, André Toscano diz que o objetivo do partido é ter candidatura própria na Serra, ainda sem nome definido.
Por meio de nota, a assessoria de Audifax afirmou que "a prioridade e o foco do prefeito Audifax Barcelos são a gestão e as entregas a serem feitas à população. O nome que receberá o apoio do prefeito será definido entre o final deste ano e o primeiro trimestre do ano que vem. É importante destacar que será alguém que se comprometa a dar sequência à atual gestão, que é aprovada pela população".
Nem todos os nomes abaixo, em lista, vão, mesmo, disputar a prefeitura. É normal que, um ano antes, pré-candidaturas sejam lançadas para, lá na frente, "fazer composição" com outras, numa negociação por espaços de poder.
Já foi prefeito da Serra por três mandatos. Em 2016 perdeu para Audifax Barcelos (Rede). Na ocasião, contou com apoio de Amaro Neto (Republicanos) e teve Vandinho Leite (PSDB) como vice. Em 2012, já havia sofrido outra derrota. Não se anunciou pré-candidato, mas há quem aposte que ele vai tentar comandar o Executivo da Serra mais uma vez. O PDT tem dito em eventos públicos que vai ter um nome próprio na disputa. Vidigal é deputado federal e tem mandato na Câmara até 31 de janeiro de 2023. O partido ainda não avançou em conversas com outras siglas na Serra.
Deputado estadual licenciado, é secretário de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social do governo Renato Casagrande (PSB). Já se colocou como pré-candidato à prefeitura e espera contar com o apoio do prefeito Audifax Barcelos (Rede). A mãe dele, Márcia Lamas (PSB), é vice-prefeita. Diz que Casagrande ainda não tratou do assunto. O PSB da Serra mantém conversas com partidos da base de Audifax. O diálogo está mais adiantado com Avante e DEM. O DEM municipal é presidido por Adalto Lamas, irmão de Bruno.
Deputado estadual e presidente do PSDB no ES, já foi até lançado pré-candidato a prefeito da Serra pelo presidente nacional da legenda, Bruno Araújo, em evento no Estado. É um crítico ferrenho do governo Casagrande, apesar de o PSDB ter estado na aliança que elegeu o socialista. No PDT, há quem diga que ele se mantém próximo ao partido. Outros, que não esqueceu o fato de Sérgio Vidigal ter lançado a candidatura da esposa Sueli a deputada estadual, mesmo cargo que Vandinho disputou em 2018. O tucano saiu vitorioso. Sueli, não. A reportagem não conseguiu contato com Vandinho.
Deputado estadual e do partido do prefeito Audifax Barcelos, espera contar com o apoio dele e já se colocou como pré-candidato à Prefeitura da Serra. Xambinho também está com um pé no Republicanos. O parlamentar pode mudar de sigla sem risco de perder o mandato porque a Rede não alcançou a cláusula de desempenho. O presidente do Republicanos da Serra é Pedro Henrique Barbosa, chefe de gabinete de Xambinho.
Deputado federal, não abre o jogo sobre qual prefeitura vai disputar em 2020: Vitória ou Serra. Em 2016, chegou ao segundo turno na disputa pelo Executivo na Capital. O movimento final do parlamentar é aguardado para a definição de rumos, inclusive de possíveis adversários, nas duas cidades.
Candidato a deputado federal pelo PTB em 2018, o médico agora preside o PROS da Serra e é pré-candidato à prefeitura. Diz que tem conversado com o Republicanos e com o PL na cidade. E também gostaria do apoio do prefeito Audifax Barcelos.
Delegado da Polícia Federal e filiado ao PSL desde o ano passado, diz que até gostaria do apoio de Audifax ou de Vidigal, "apesar de serem de partidos de esquerda", desde que uma eventual aliança "não envolva uma troca". Ele aposta que a cidade pode querer um nome novo depois de anos de polarização e se coloca como pré-candidato. Embora na sigla de Bolsonaro, pretende pautar a campanha em temas locais. O PSL ainda não avançou nas conversas com os demais partidos.
Pré-candidato à Prefeitura da Serra, preside o PSD na cidade. Jogador de futebol de areia, já foi candidato a vereador em 2016 pelo PSDB e não foi eleito. Diz ter possíveis aliados em outros partidos. Também aposta no sucesso em uma disputa livre da polarização Vidigal x Audifax.
O PV lança o nome da delegada como pré-candidata à Prefeitura da Serra. Ela já foi delegada-chefe da Polícia Civil no Estado e ocupou subsecretarias no governo estadual. A pré-candidatura foi confirmada pelo presidente estadual do partido, Fabrício Machado. Ele não descarta, no entanto, uma composição mais à frente. O diálogo está, ainda de acordo com ele, mais avançado com o PSB de Bruno Lamas. Gracimeri disse estar à disposição do PV. Ela integra uma turma do RenovaBR.
Pré-candidata à prefeitura, diz que o foco atual é a construção da chapa de vereadores. É esposa do ex-vereador e ex-deputado Jamir Malini (PP). Já foi candidata a vereadora. As conversas com outros partidos ainda ocorrem de maneira preliminar.
Outros partidos também buscam lançar nomes próprios na disputa pela Prefeitura da Serra, entre eles a Rede de Audifax - esse candidato não necessariamente seria Xambinho, que pode migrar para o Republicanos. O PT também avalia a possibilidade e nomes. O diretório municipal do partido foi eleito recentemente.
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