Durante a entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira (10), após ser questionado a respeito da operação da Polícia Federal que investiga contratos suspeitos no Pará e como o Estado pode evitar contratações superfaturadas, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou que, apesar de não ter muito conhecimento da operação, o ambiente de disputa política nacional não pode atingir ou afetar o trabalho da instituição policial. Casagrande disse, também, que a chave para não cair nas "armadilhas" de contratos superfaturados é manter a transparência.
Enquanto respondia sobre o que o Estado pode fazer para evitar fechar contratos superfaturados em meio à pandemia do novo coronavírus, o governador explicou seu ponto de vista. "É preciso que a gente tenha toda estrutura policial, de todos os níveis deste país, principalmente a Polícia Federal, que não se deixa ser usada politicamente", afirmou Casagrande ao se referir à PF como um "patrimônio da sociedade brasileira".
A declaração do comandante do Palácio Anchieta ocorre em um momento de tensão em que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), é alvo de um inquérito que investiga prováveis interferências políticas do mandatário na Polícia Federal, denunciadas pelo ex-ministro Sergio Moro em seu pronunciamento após seu pedido de demissão.
Casagrande, que vem criticando a atuação de Bolsonaro diante da pandemia, ressaltou que não se pode ter dúvidas sobre a atuação da PF. Para que "a gente não deixe o ambiente de disputa política nacional atingir e afetar o trabalho da organização", frisou.
O governador relembrou que o Estado ocupa os primeiros lugares nos rankings de transparência de divulgação de dados da Covid-19 e de contratos emergenciais. Destacou também que todas as compras do Estado foram "tecnicamente orientadas". O socialista ressaltou, no entanto, que "todos os insumos aumentaram de preço nesse período".
No mês de junho, o governo já cancelou R$ 1 milhão em contratos do Hospital Dório Silva e anulou outro, firmado com uma empresa de Cachoeiro de Itapemirim, de aluguel de equipamentos necessários para barreiras sanitárias que ultrapassava R$ 4 milhões.
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