Desde a madrugada de quinta-feira (2), o senador do Espírito Santo Marcos Do Val (Podemos) tem disseminado várias versões sobre uma proposta que teria recebido do ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para participar de uma investida golpista contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, também ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a fim de invalidar o resultado das eleições de 2022.
Após declarar, na madrugada de quinta (2), que Bolsonaro havia tentado coagi-lo, recuou e disse que a ideia havia partido de Silveira, embora o ex-presidente tenha ficado em silêncio durante o encontro, sem demonstrar qualquer contrariedade em relação ao esquema proposto. Nesta sexta-feira (3), em vídeo publicado nas redes sociais, Do Val declarou que os filhos do ex-presidente são “parceiraços” e que o depoimento prestado à Polícia Federal na quinta-feira (2) foi como uma “reunião de amigos”.
“Não tem movimento nenhum de tentar descredibilizar o presidente, não tem absolutamente nada nesse sentido. Porque o próprio Flavio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, o (ex-) presidente (Jair Bolsonaro), os ministros, eu quero aqui agradecer o apoio de todos, do Flavio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, dos ex-ministros, que estão apoio dando nos bastidores.”
Durante o vídeo, o senador capixaba enfatizou ainda que há um esquema para mostrá-lo como se “estivesse traindo a direita, traindo os bolsonaristas e isso, gente, é uma forma que estão tendo de acabar com a minha reputação e a minha posição perante a vocês”. Em um dos primeiros vídeos publicados por Do Val na quinta (2), ele relatou “ficar puto” quando era chamado de bolsonarista.
Ainda na publicação, insistiu que o PL lhe convidou para integrar o partido, mas que “não era o momento”. Em contato com a reportagem, a assessoria de Valdemar Costa Neto, presidente nacional da sigla, afirmou que foi Marcos do Val "que procurou o partido e pediu para se filiar ao PL".
A previsão inicial era de que ele assinasse a ficha para entrar no partido na quinta-feira (2). A assessoria do presidente do PL disse ainda que Valdemar Costa Neto conversou com Magno Malta (PL-ES) sobre o pedido e que ele foi contra a filiação, mas que "como o PL estava perdendo senadores, Valdemar, que disse nunca antes ter conversado com Do Val, concordou em recebê-lo e aceitar seu pedido de filiação”. A filiação não foi efetivada.
Do Val prestou depoimento à Polícia Federal sobre a reunião com Bolsonaro e Silveira ainda na quinta-feira (2) e chamou o episódio de “reunião de amigos”.
“Por conta do meu passado, de lidar e treinar policiais, encontrei muitos amigos. Não foi nem um depoimento como uma testemunha normal, foi uma reunião de amigos em que nós conseguimos colocar todo o passo a passo, mostrei toda a conversa minha com o ministro e com Daniel. Não mostrei, não autorizei nenhuma conversa do presidente Bolsonaro, nenhuma conversa minha com Flávio Bolsonaro, nem Eduardo Bolsonaro.”
E complementou: “Bolsonaro tá (sic) sendo comunicado, gentilmente disponibilizou o ministro da comunicação dele. Flávio Bolsonaro, parceiraço, Eduardo Bolsonaro, parceiraço… Fiquem tranquilos porque estamos trabalhando de forma estratégica.”
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