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Do Val diz que ação da PF foi retaliação de Moraes: 'presente indigesto'

Do Val diz que ação da PF foi retaliação de Moraes: 'presente indigesto'

Senador afirma que ministro do STF autorizou operação por se sentir afrontado após requerimento dele para depor na CPMI dos Atos Antidemocráticos

Publicado em 15 de junho de 2023 às 20:02

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Senador Marcos do Val
Marcos do Val foi alvo de mandado de busca e apreensão no dia do aniversário. (Edilson Rodrigues/Senado)

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) disse que a operação de busca e apreensão da Polícia Federal em três endereços ligados a ele nesta quinta-feira (15) foi uma “clara retaliação” do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A declaração foi dada à Band News e à Globonews.

De acordo com o parlamentar, a operação seria uma resposta à convocação, feita pelo senador, para que o ministro participasse da CPMI dos Atos Antidemocráticos. “É um presente de aniversário indigesto, mas já era esperado”, disse à Globonews. Do Val completa 52 anos neste 15 de junho.

“O ministro Alexandre de Moraes, quando eu o convoquei para participar da CPMI, ele com certeza se sentiu afrontado. Mas por que eu fiz esse requerimento? Porque no relatório da Abin está informando que o STF e o TSE foram comunicados anteriormente que no dia 8 (de janeiro) aconteceria aquele fato. Então, eu fiz a convocação para que ele pudesse fazer a explicação”, disse ainda à Globonews.

Marcos do Val afirmou ter tido acesso ao relatório produzido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no qual são transcritas, em ordem cronológica, mensagens de alerta enviadas entre os dias 2 e 8 de janeiro para 48 órgãos, entre eles ministérios e instituições federais. Em seu Twitter, que está suspenso, o senador acusou o ministro da Justiça, Flávio Dino, e Alexandre de Moraes de prevaricação. Também afirmou que a viagem do presidente Lula para o interior de São Paulo, no dia dos atos golpistas, foi uma fuga.

A operação de busca e apreensão foi pedida pela própria PF e autorizada pelo STF, em endereços ligados ao senador, em Brasília e Vitória. Na Capital Federal, as buscas ocorreram no apartamento funcional ocupado por Do Val e no gabinete dele no Senado

Do Val também chamou a operação de “tentativa de intimidação”. “Ah, vamos medir forças? É você que quer medir forças comigo? Tanto é que, todas as vezes que eu fazia as minhas lives, eu dizia: pode ter certeza que um dia ele vai mandar a Polícia Federal aqui. E de fato mandou. E hoje, no meu aniversário, ganhei de presente”, declarou à BandNews TV.

"Mando o recado aqui para todos os senadores: eles apreenderam celular do Senado Federal, o equipamento é do Senado Federal, o chip é do Senado Federal, o aparelho é do Senado Federal. Então, todos vocês estão sendo agora monitorados e investigados. Ou seja, o ministro Alexandre de Moraes teve tamanha audácia de invadir também o meu gabinete, que é inviolável, está na Constituição, e agora todos os senadores estão expostos, porque o meu celular é de trabalho".

Do Val é alvo de inquérito por suspeita de prática de ao menos quatro crimes. Entre eles estão a divulgação sem justa causa de conteúdo de documento particular ou confidencial e golpe de Estado.

Ainda à BandNews, o senador afirmou que, com as buscas e apreensões, Moraes estaria tentando acessar supostos indícios de prevaricação “Para mim está muito claro que ele está vindo pegar qualquer coisa, para ver se eu estou avisando para todo mundo que eu tenho provas de quem prevaricou. Para mim. é claro que ele veio aqui pegar tudo para ver se ele está dentro dessas provas", disse.

“Eu não tenho nada a dever. Estou tranquilo quanto a isso, porque a verdade prevalece”, declarou.

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