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Do Val nega participação em "gabinete paralelo" e diz ser pró-vacina

Do Val nega participação em "gabinete paralelo" e diz ser pró-vacina

Senador do ES diz que defesa de tratamento precoce contra a Covid, feita em reunião divulgada pelo Intercept, foi em um outro contexto, quando vacinas não tinham sido desenvolvidas

Publicado em 8 de outubro de 2021 às 16:57

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Senador Marcos do Val durante sessão da CPI da Covid, no Senado
Senador Marcos do Val (Podemos) durante CPI da Covid no Senado. (Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Jaqueline Vianna
Repórter / [email protected]

O senador Marcos do Val (Podemos) afirmou que o vídeo divulgado pelo portal Intercept Brasil, em que ele defende o tratamento precoce para Covid-19 e se autodeclara "padrinho" do movimento durante um encontro virtual com médicos e empresários, é requentado. 

reportagem do Intercept mostra vídeo em que Do Val afirma que atuou para disseminar o uso de medicamentos e políticas públicas sem eficácia comprovada contra o coronavírus. Segundo a reportagem, o senador trabalhou junto ao "gabinete paralelo" para popularizar a medicação como tratamento precoce. Em entrevista para a TV Gazeta, na manhã desta sexta-feira (8), o senador negou participar de qualquer grupo de aconselhamento paralelo ao governo federal e justificou que o vídeo foi gravado em outro contexto, quando a vacina ainda não tinha tido sido desenvolvida.

O vídeo exibido pelo Intercept foi gravado em 28 de junho de 2020, quando de fato a vacinação não era uma realidade no Brasil. O portal, contudo, não esconde essa informação. A reportagem diz a data em que o encontro foi realizado.

"Isso foi há um ano e quatro meses atrás, não se tinha pesquisa, não se tinha nada sobre vacinas", afirmou o senador. "Você não vai ver nenhuma postagem recentemente, de seis meses pra cá, falando de hidroxicloroquina". "Isso é assunto encerrado", frisou, negando participar do chamado gabinete paralelo.

“Eu desafio aqui alguém encontrar ou provar alguma reunião minha, foto ou vídeo, no tal gabinete paralelo. Eu abro mão do meu mandato, entrego meu mandato na hora, se alguém provar. Nunca estive com o presidente (Jair Bolsonaro) com audiência sozinho, muito menos para debater Covid”, afirmou.

Embora o parlamentar diga que o tratamento precoce "é um assunto encerrado", em junho deste ano ele foi advertido pelo presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD), por defender o tratamento precoce. Do Val disse, durante sessão da Comissão, que tomava hidroxicloroquina nos finais de semana com prescrição médica. O medicamento tem ineficácia comprovada por órgãos de saúde. 

GABINETE PARALELO

O chamado gabinete paralelo é formado por empresários e médicos, entre eles Carlos Wizard e Nise Yamaguchi, que teriam  aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia, principalmente no que se refere ao uso de medicamentos como a hidroxicloroquina, que tem ineficácia comprovada pelos órgãos de saúde.

Na época, segundo o senador, ele foi procurado por médicos que defendiam o tratamento precoce contra a Covid após declarar que teve resultados com a medicação ao contrair a doença.

“Então eu, como senador da República, com meu compromisso com a sociedade, fui correr atrás e juntar o máximo de médicos possíveis para embasar essa situação”. 

PRÓ-VACINA

Do Val afirmou na entrevista que desde que as vacinas foram desenvolvidas houve uma "migração nas redes sociais" dele, passando a incentivar as pessoas a se vacinarem.

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Quando começou a chegar vacina, eu disse, agora é vacina, eu fui vacinado duas doses e recomendei todos a serem vacinados

Marcos do Val
Senador
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"Você pode ver na minha linha do tempo, nas redes sociais, houve uma migração quando começou a chegar as vacinas. Inclusive fiz um projeto de lei que toda verba apreendida em situações de corrupção e crime organizado deveria ser usada em compras de vacina", destacou.

REPORTAGEM DO INTERCEPT

No vídeo publicado no site Intercept Brasil na última quinta-feira (7), o senador Marcos do Val compromete-se a convencer autoridades a adotarem o tratamento precoce, mesmo sem comprovação de eficácia contra a Covid-19.  Ele também afirma que teria condições de organizar junto ao Exército a distribuição da medicação para todo o país.

O parlamentar ainda revela que conseguiu recursos do Ministério da Saúde para comprar mais de 200 mil kits dos medicamentos para o Espírito Santo e que os remédios poderiam ficar armazenados numa base do Exército do Estado.

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