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É preciso ensinar público a identificar a desinformação, dizem especialistas

É preciso ensinar público a identificar a desinformação, dizem especialistas

Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas debate, em Vitória, formas de combater a propagação de notícias falsas nas redes sociais

Publicado em 4 de julho de 2024 às 21:36

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Eduarda Lisboa
Repórter / [email protected]

Seja para saber qual é o clima antes de sair de casa, seja para decidir em qual candidato votar, ter informação de qualidade é essencial para todas as escolhas na sociedade. Mesmo assim, todos os dias, nas redes sociais, as pessoas são bombardeadas por fake news, imagens descontextualizadas ou artificialmente manipuladas e se perguntam: como evitar ser enganado?

De olho nesse cenário, comunicadores, servidores públicos e demais interessados em Comunicação se reuniram no II Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas para debater formas de combater a desinformação, buscando levar verdade de maneira acessível a todos os públicos. 

Participaram das discussões os especialistas em Educação Midiática e Relações Institucionais, Daniela Machado e Victor Durigan. O mediador do painel foi o editor-chefe de A Gazeta, Geraldo Nascimento.

O relatório do Fórum Econômico Mundial mostra a gravidade da situação e aponta a desinformação como o maior risco global para os próximos dois anos. Na visão de especialistas, o fenômeno que se popularizou na internet e atinge a todos não são apenas mentiras, mas, sim, uma série de operações elaboradas para criar engajamento e atacar instituições, a democracia e minorias sociais.

Victor Durigan, Geraldo Nascimento e Daniela Machado no II Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas.
Victor Durigan, Geraldo Nascimento e Daniela Machado no II Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas. (TCES)

O mediador da mesa, Geraldo Nascimento, destacou a força que a desinformação possui atualmente. E disse que, para enfrentá-la, é necessário o esforço de toda a sociedade em conjunto. 

“Lidar com essa realidade é desafiador. O contexto da desinformação manipula as pessoas, os comportamentos e direciona atitudes, acabando por desagregar uma sociedade. Por isso, temos aqui dois representantes da militância a favor da informação, para que essa discussão nos auxilie a pensar, enquanto sociedade, que tipos de ferramentas podemos utilizar para enfrentar esse poder exponencial da desinformação. Não é tarefa fácil, mas juntos acredito que iremos conseguir”, afirmou o editor-chefe de A Gazeta .

Entre as formas de desinformação que mais têm crescido nas redes sociais estão as deep fakes, uma técnica que permite alterar um vídeo ou foto com ajuda de inteligência artificial (IA). O uso antiético dessas imagens alteradas prejudica a tomada consciente de decisão da população diante da informação, apontam os especialistas.

Nesse sentido, o coordenador de Relações com a Sociedade e Combate à Desinformação no Supremo Tribunal Federal (STF), Victor Durigan, ressaltou a necessidade de apresentar à sociedade como são usadas as ferramentas de desinformação, para conscientizar sobre essas armadilhas sensacionalistas. Dessa forma, o público ficará mais preparado para identificar as informações falsas.

Daniela Machadodo EducaMídia, no II Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas.
Daniela Machado, do EducaMídia, no II Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas. (Toninho Ribeiro)

“Combater a desinformação significa limpar a poluição de notícias que o cidadão recebe diariamente, fazendo com que ele tenha amplo acesso a informações de qualidade, de maneira que ele consiga tomar suas decisões com base numa informação completa. Isso pode ser feito através da educação midiática em que mostramos para as pessoas como as mentiras serão contadas para elas, para que, ao se depararem com esse obstáculo, já estejam conscientes e passem a desconfiar daquela informação”, disse o especialista.

Outro ponto que foi amplamente discutido no painel foi o conceito da liberdade de expressão diante aos dilemas das redes sociais. A corresponsável pelo conteúdo do EducaMídia, iniciativa do Instituto Palavra Aberta, Daniela Machado,  explicou que muito se confunde a liberdade de expressão com discursos de ódio e mentiras. Porém, ela ainda observou que a melhor forma para a sociedade lidar com tais complexidades é através da educação.

Sobre o evento 

Até esta sexta-feira (5), a importância da comunicação para a defesa da democracia vai ser tema de palestras, debates e oficinas no II Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas, em Vitória. O congresso oferece cerca de dez atividades aos participantes, entre palestras magnas, workshops interativos e painéis de discussão, nos quais serão abordados temas como Estratégias de Comunicação Pública; Transformação digital e democracia; Uso do WhatsApp na Comunicação Pública; entre outros. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site do evento: https://cnctc.com.br/

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