Com o fim do segundo mandato do prefeito Luciano Rezende (Cidadania, antigo PPS), a próxima disputa pela Prefeitura de Vitória marcará o início de um novo ciclo. O atual administrador tem o sucessor preferido, o deputado estadual e correligionário Fabrício Gandini. Mas outros atores políticos veem no pleito a melhor oportunidade para superar o grupo de Luciano e, hoje, a um ano da eleição, não faltam opositores ensaiando candidaturas.
Muitas dessas candidaturas, é verdade, são balões de ensaio. Os políticos se apresentam como pré-candidatos a prefeito em busca apenas de serem lembrados como relevantes no processo. Lá na frente, tendem a abrir mão da disputa em troca de uma boa colocação em alguma chapa ou por barganha na administração do grupo vencedor.
Ressalva feita, eis os possíveis candidatos - ao menos aqueles que se dizem ou são lembrados dessa forma por vários dirigentes partidários consultados. A lista, hoje, passa dos dez nomes.
Apoiado por Luciano Rezende, o deputado estadual é o candidato da continuidade. É a única candidatura dada, hoje, como certa.
O hoje deputado federal concorreu à Prefeitura de Vitória em 2016, quando Luciano Rezende foi reeleito. Pode concorrer na Capital ou em outra cidade no ano que vem. A indefinição dele trava outras definições.
Vice-prefeito de Vitória, ele é o candidato do PSB, partido do governador Renato Casagrande. Embora a sigla seja aliada ao Cidadania, setores da agremiação defendem o lançamento de Sá apesar de Gandini.
É do PSB, mas está longe de ser o preferido do partido. Não tem relação azeitada com a cúpula partidária e não deve ser o escolhido para concorrer. É possível que ele mude de partido e se lance na disputa.
Delegado da Polícia Civil, está no primeiro mandato de deputado estadual. Na Assembleia, seus movimentos são interpretados como pré-eleitorais, de olho na Prefeitura de Vitória. É crítico dos governos estadual e municipal.
Faz oposição a Luciano Rezende na Câmara de Vitória. Ele diz que se movimenta com alguns grupos na elaboração de projetos para a cidade. O diretório nacional do partido pretende lançar candidatos nas capitais.
É o presidente da Câmara de Vitória. A chegada dele ao posto marcou a derrota do grupo de Luciano Rezende na disputa pelo Poder Legislativo. É outro que anuncia-se como pré-candidato. O lançamento dele, hoje, também é um desejo do partido.
Ex-vereador de Vitória por cinco mandatos, é mais um pré-candidato a prefeito da Capital. O partido considera que o lançamento dele pode ser útil para a chapa de vereadores.
O partido de Bolsonaro não tem um candidato definido para Vitória, mas estuda concorrer. O bolsonarismo pode, portanto, exercer influência no pleito, talvez até no segundo turno.
Alguns têm alta vontade de lançar candidatos. Entre eles, MDB, PT, PSOL, Novo e Rede. O mercado político não considera altamente competitivos os possíveis nomes dessas agremiações, mas elas podem concorrer para marcar posição.
Apesar da relevância de ter sido o deputado mais votado em 2018, Majeski pode não ter espaço no partido para disputar a prefeitura. É que ele não é o do PSB "raiz" nem tem a predileção desse grupo, ao contrário do que ocorre com Sérgio Sá (PSB), vice-prefeito de Vitória. Se tiver o sonho de comandar a Capital, Majeski pode se ver obrigado a mudar de partido, o que lhe custaria o resto do mandato na Assembleia Legislativa.
Candidato da situação e único a se apresentar abertamente como pré-candidato, Gandini vai à disputa com prós e contras. Tem a máquina da prefeitura na qual trabalhou como secretário para naturalmente empurrá-lo e pode se apresentar como sócio das realizações de Luciano. Por outro lado, poderá ser associado aos erros da gestão que, após oito anos, acumula seus desgastes.
O vereador Mazinho dos Anjos (PSD), por exemplo, aposta nos ventos de renovação. "Dependendo da minha vontade e da vontade do partido, sou candidato. Temos um cenário propício para a renovação. Estou construindo com um grupo um projeto para Vitória", diz o parlamentar.
Com olhos na sucessão de 2020, o atual prefeito já começou a usar uma narrativa. Luciano tem convocado aliados para "defender a cidade de ameaças", em referência a opositores. Esses adversários reagem ao argumento dizendo que a provocação é sinal de preocupação com o desempenho de Gandini frente aos demais.
Fabrício Gandini endossa a narrativa dizendo que um prefeito sem capacidade de gestão pode, sim, ser uma ameaça. O pré-candidato vende-se como o candidato da continuidade.
"Conseguimos financiamentos, para planos pactuados com a cidade que não podemos parar. É mais de meio bilhão de reais para transformar a cidade em uma cidade mais igual. Teremos vantagem de não parar o plano", comentou.
Gandini afirma ter a certeza do apoio do governador Renato Casagrande em sua campanha. Outros atores políticos, por outro lado, têm expectativa sobre como o governador se moverá no tabuleiro eleitoral. É que o PSB, embora tenha o Cidadania no grupo, também tem um pré-candidato.
E, na hipótese de ser confirmada a candidatura do deputado federal Amaro Neto (PRB), atrapalhar os planos do apresentador de TV pode incomodar a cúpula da Assembleia Legislativa, onde Amaro tem importantes aliados e onde as matérias primordiais para o Executivo estadual precisam ser aprovadas.
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