O PSB e o Republicanos, os dois maiores partidos do Espírito Santo em número de prefeitos e vereadores, estão cada vez mais próximos de ficar do mesmo lado em 2022. Depois de se aliarem na eleição da presidência da Assembleia Legislativa – que, com o apoio do governador Renato Casagrande (PSB), elegeu Erick Musso (Republicanos) para mais um mandato – dirigentes das duas legendas estiveram juntos em uma reunião no Palácio Anchieta, nesta segunda-feira (08).
Oficialmente, a pauta foi um pedido de apoio por parte do Republicanos – que solicitou a agenda – para os 10 prefeitos eleitos pelo partido no Espírito Santo. O governo aproveitou para destacar a importância de alguns projetos que estão na Assembleia, como o programa Gerar, que define incentivos para a produção de energia renovável, e uma proposta de alienação de alguns imóveis do Estado. No entanto, o encontro também serviu para os membros das duas agremiações apresentarem seus projetos para o Estado e "amadurecerem uma possível parceria em 2022".
Do lado do governo, sentaram-se à mesa o governador e o presidente do diretório estadual do PSB e diretor-presidente da Aderes, Alberto Gavini, além dos secretários da Casa Civil, Davi Diniz (Cidadania), e de Governo, Tyago Hoffmann. Já por parte do Republicanos, estiveram o presidente da Assembleia Legislativa; o presidente estadual do partido, Roberto Carneiro; o deputado federal Amaro Neto; o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini; e o deputado estadual Hudson Leal.
"Estamos amadurecendo algumas opiniões, os dois partidos têm muita coisa em comum. Temos o desejo de fazer o melhor para a sociedade", disse o presidente do PSB, Alberto Gavini.
A 20 meses da eleição, não há uma definição de que os dois partidos estejam juntos em 2022, mas o movimento de ambos é para que isso aconteça. O presidente do Republicanos, Roberto Carneiro, argumenta que é cedo para falar de eleição, que o foco tem sido ajudar os prefeitos eleitos a contornarem os efeitos da pandemia.
"Não estamos discutindo eleição ainda, mas estamos consolidando uma relação que tem sido positiva para os dois lados. Na Assembleia, o Erick tem ajudado o governador, o Hudson tem votado a favor nos projetos do governo e o Pazolini, que até tinha alguma divergência no passado, também tem feito esse gesto. Enquanto deputado, boa parte dos votos dele foram a favor do governo", pontuou.
Se candidato à reeleição, Casagrande pode ter um vice de outro partido em sua chapa nas próximas eleições. Isso porque o PSB tem planos para que a vice-governadora, Jacqueline Moraes (PSB), dispute uma vaga na Câmara dos Deputados em 2022. A candidatura, no entanto, depende, é claro, da vontade dela, que ainda não definiu se aceita o convite.
A aliança também passa pela candidatura ao Senado, que na próxima eleição terá uma vaga de senador em disputa no Espírito Santo. O PSB, como candidato ao governo, não deve lançar candidaturas ao Senado, para que tenha "o que negociar" com outros partidos. Assim, os socialistas devem apoiar um de seus aliados para a disputa ao cargo de senador.
O deputado federal Amaro Neto pode ser um dos candidatos apoiados pelo governo no Senado, assim como Erick Musso, que já definiu que não vai disputar a reeleição como deputado estadual em 2022. Ele é cotado para uma vaga na Câmara dos Deputados ou no Senado. Amaro chegou a ensaiar uma candidatura a senador em 2018, mas, a pedido do diretório nacional do Republicanos, "desceu um degrau" para disputar uma cadeira na Câmara, onde foi eleito.
No entanto, o PSB também conversa com outros partidos aliados. Um dos parceiros mais antigos da sigla no Espírito Santo é o Cidadania, do ex-prefeito de Vitória Luciano Rezende. O partido também pode indicar o vice em 2022, caso Jacqueline opte por tentar a Câmara dos Deputados, ou o Senado, com o apoio de Casagrande.
"Ainda temos um tempo pela frente, o governador tem relação boa com todos os partidos, não é só com um partido, ele tem uma base aliada, conversa com todo mundo", destacou Gavini.
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