Às vésperas de mais um ano eleitoral, o governador Renato Casagrande (PSB) afirmou que ainda não definiu se vai disputar a reeleição, mas, independentemente de sua decisão, assegurou que vai liderar em 2022 o projeto político do partido, que deverá lançar candidato não apenas para ocupar a cadeira no Palácio Anchieta, mas também para concorrer ao Senado, à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa.
Casagrande falou que deve se posicionar definitivamente sobre o assunto no final do próximo semestre. As conversas com lideranças políticas e sociais, no entanto, começam antes, a partir de fevereiro.
Mesmo que não se confirme como candidato à reeleição, Casagrande ressaltou que irá liderar o movimento que visa eleger nomes do PSB na disputa de 2022.
"Vamos definir lá na frente a composição desse projeto, que tem se mostrado muito bom no Espírito Santo, colocando o Estado como referência no cenário nacional", valorizou.
O socialista fez uma análise da conjuntura política em entrevista nesta quarta-feira (15), na CBN Vitória, apontando também os caminhos que o partido deve seguir na disputa presidencial. Contudo, disse o governador, a legenda que tiver o apoio do PSB em âmbito nacional não tem garantia de palanque no Espírito Santo para o candidato escolhido, uma vez que a característica da eleição para governo do Estado é compor ampla coligação partidária. Isso quer dizer que partidos concorrentes para o Palácio do Planalto podem estar alinhados aqui.
Neste momento, o PSB nacional considera duas opções para a disputa presidencial: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT). A decisão, porém, só deve ser tomada em abril de 2022, após um congresso do partido.
Para Casagrande, a polarização hoje estabelecida entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL) pode não perdurar até quando, oficialmente, a campanha estiver na rua.
"Precisamos ficar atentos à eleição nacional porque não está claro que a polarização vai se manter. Acho que o presidente Lula é mais certo de estar no segundo turno, é o mais provável, porque as pessoas têm uma boa lembrança do governo dele, pelos resultados que teve. E ele é uma liderança carismática forte. Então, tem muito mais chance. Já o presidente Bolsonaro vai depender muito dele", comparou.
Essa incerteza sobre o desempenho de Bolsonaro é porque Casagrande avalia que a entrada do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) na corrida eleitoral tem possibilidade de mexer no tabuleiro político, sobretudo porque o ex-magistrado pode herdar parte do eleitorado do atual presidente.
De todo modo, o governador argumentou que ainda é cedo para definições porque a população não está preocupada, agora, com eleição. Esse é um debate, segundo o socialista, mais dos políticos e da imprensa, do que da sociedade em geral. "Na hora que começar a eleição, pode ser que Moro dê um 'calor' em Bolsonaro. Então, por isso, não é certo que a polarização se manterá", reafirmou.
Questionado sobre a provável concorrência na eleição ao governo do Estado, com a filiação do senador Fabiano Contarato ao PT e a indicação do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Podemos), como pré-candidato, Casagrande referiu-se a esses movimentos como algo natural do processo eleitoral.
Casagrande também pontuou que não acredita que haverá problemas na relação com a Assembleia, apesar de Musso ter se colocado no lado oposto ao governo numa eventual disputa. O governador disse que espera que seja mantido o acordo de estabilidade institucional, e que a eleição não seja motivo para impedir votações de projetos apresentados pelo Executivo.
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