Milhares de eleitores foram às urnas neste domingo (29) para votar para prefeito nas quatro maiores cidades da Grande Vitória (Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica) no segundo turno das Eleições 2020. Em alguns locais de votação, eleitores com dificuldades de locomoção ou idosos se queixaram de obstáculos para chegar às seções.
O casal José Maria Ferreira, de 67 anos, e Maria Lucila Oliveira Ferra, de 79 anos, foi junto ao Colégio Marista, em Vila Velha, para votar na manhã deste domingo. Mesmo sendo idosos, eles não deixaram de exercer a democracia. O voto, no entanto, não foi fácil. Nove seções do colégio foram transferidas para o segundo andar do colégio e muitos eleitores se queixaram de falta de acessibilidade. "Eu ainda consegui subir. Mas se fosse um cadeirante, uma pessoa que usa muletas, andador... Como faz?", conta Maria. "As seções para idosos tinham que ser no andar de baixo", completou o marido.
Quem também teve dificuldades para votar no local foi Flávio Quinto. A seção de votação localizada no segundo andar do prédio do colégio fez com que o idoso tivesse dificuldades para subir e descer a escada.
Os administradores do prédio de votação no Colégio Marista informam que, caso pessoas idosas ou com alguma deficiência física tenham que votar no segundo andar, que elas podem pedir aos funcionários da Justiça Eleitoral no local para auxiliar no uso do elevador, localizado na parte de trás da instituição.
Em Cariacica também houve relatos de dificuldade para acessar o local de votação. Cadeirante há mais de 20 anos, a dona de casa Elismar Maria Cardoso, 60, teve problemas para votar na Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) José Maria Ferreira, no bairro Nova Brasília.
Ao chegar ao local de votação, a cadeirante precisou ser carregada pelo marido, José Álvaro Thomas, 68, pois sua seção era no segundo andar do colégio e não havia elevador ou rampa disponível. "Mesmo depois de tantos anos, continuo enfrentando esse tipo de desrespeito. Eu sou uma cidadã que também quer votar, não perde uma eleição. Mas como fazer isso se esses órgãos responsáveis não olham pela gente?", questionou, emocionada.
* Maria Fernanda Conti e Vinicius Zagoto são alunos do 23° Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta, sob orientação do editor Erik Oakes
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