O governador Renato Casagrande (PSB) destacou, em live com o ex-governador do Ceará e pré-candidato a presidente da República Ciro Gomes (PDT), os problemas da aliança nacional entre PSB e PT e seus reflexos nos Estados. O socialista citou o Espírito Santo entre os locais em que há "dificuldade de ajustes" para reprodução da aliança.
Sem mencionar a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato (PT) ao governo do Estado, Casagrande enfatizou que PSB e PT tem alguns ajustes a fazer em decorrência da aliança nacional entre as duas siglas.
"Em alguns locais temos dificuldade de ajustes. Pernambuco é um local que tem outros aliados do ex-presidente Lula disputando a eleição. Temos decisão a ser tomada no Rio de Janeiro, aqui no Espírito Santo, no Rio Grande do Sul, em São Paulo. Tem uma aliança nacional formada, consolidada, bem organizada, mas ainda temos até julho para poder discutir alguns Estados", ressaltou.
O governador do Espírito Santo deixou claro que em alguns Estados os dois partidos podem concluir pelo lançamento de candidaturas diferentes ao governo, enquanto em outros podem se juntar em torno de um único nome. Ele ponderou sobre como isso poderá afetar cada partido.
Por outro lado, ele afirmou que o PSB "tem que avaliar até onde pode ir nessa conversa com o PT". O PSB indicou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin para a vaga de vice-presidente na chapa de Lula.
"O PSB tem candidatos ao governo que são candidaturas consolidadas nos Estados", acrescentou o socialista, que tem dito que só anunciará em julho se disputará a reeleição.
O socialista ainda esclareceu que foi contra o PSB se unir ao PT em federação "porque isso poderia significar um enfraquecimento da sigla partidária", pois teria de lançar um número menor de candidatos a deputado federal.
Na federação, os dois partidos teriam de caminhar juntos por quatro anos, em todas as disputas Brasil afora. Ele lembrou que, além de apoiar Lula, o PSB tinha como opção apoiar Ciro ou lançar um nome próprio à Presidência da República. Sem a federação, optou pela aliança com o PT.
Em resposta a mais uma pergunta do pedetista sobre as eleições, Casagrande concordou com a afirmação de Ciro de que "é perigosa" a polarização na disputa presidencial. "A polarização muitas vezes enfraquece e fragiliza a construção de propostas. A sociedade precisa exigir que as propostas sejam aprofundadas", complementou o governador.
Para o governador do Estado, as eleições deste ano serão as mais importantes desde a redemocratização, pois será um pleito em que o papel das instituições estará em debate.
A participação de Casagrande na live de Ciro durou cerca de 30 minutos. Em 2018, o governador do Estado, na época ainda candidato, apoiou o pedetista no primeiro turno das eleições;
Questionado sobre a participação do governador na live de Ciro, tendo em vista o apoio do PSB a Lula na disputa presidencial, o presidente estadual do PSB, Alberto Gavini, saiu em defesa do correligionário. "O PDT é um parceiro nosso. O governador tem que conversar com todos os partidos aliados. Da nossa parte, não atrapalha de forma nenhuma (a relação com o PT)", declarou Gavini.
A presidente estadual do PT, Jackeline Rocha, também foi procurada para comentar as declarações de Casagrande na live de Ciro, mas não atendeu a reportagem até a publicação.
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