Durante a reunião entre os 27 governadores sobre o coronavírus, sem a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), realizada no final da tarde desta quarta-feira (25), por videoconferência, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), voltou a reclamar da falta de liderança do presidente na condução da crise causada pela pandemia, e defendeu que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), assuma as rédeas da coordenação nacional das medidas.
"Que presidente Rodrigo Maia coordene a partir de agora junto com o presidente (do Senado) Davi Alcolumbre e conosco uma ação para que a gente tenha unidade nacional e para que possa dialogar com os ministros do presidente Jair Bolsonaro, porque precisamos dessa ação conjunta pra proteger vidas. [...] Presidente Rodrigo Maia, mais uma vez essa tarefa vai estar também nas suas mãos para que nós juntos possamos liderar esse trabalho no país", declarou o governador.
Ele ainda elogiou a atuação de Maia nos últimos fatos.
"E pela dificuldade que nós estamos tendo numa coordenação nacional por parte do presidente da República, quero fortalecer o papel do Congresso Nacional. Mas quero fortalecer o papel do Rodrigo Maia, que tem já liderado diversos temas e tem de alguma maneira complementado um trabalho de coordenação nacional de diversos assuntos".
Casagrande também pontuou a necessidade de fortalecer o movimento e a unidade dos governadores dos Estados.
"Registro a necessidade de estarmos cada vez mais fortalecidos no nosso fórum (de governadores), ele é importante, a gente juntos consegue liderar um movimento nacional pelos governadores, pela força dos Estados. Estarmos juntos e nos posicionarmos coletivamente é fundamental", acrescentou.
Apesar do pronunciamento de Bolsonaro desta terça-feira (24), em que pediu a "volta à normalidade" e o fim do "confinamento em massa", criticando medidas tomadas por Estados e municípios, ao menos 25 dos 27 governadores informaram que manterão as regras de isolamento. Apenas os governadores de Roraima e Rondônia não se posicionaram. A fala de Bolsonaro também foi criticada por 19 governadores.
No Fórum dos governadores, Casagrande também ressaltou que considera que Bolsonaro menosprezou a direção em que os Estados estão trabalhando, orientados pelo Ministério da saúde e pela OMS.
"Se a dúvida gerada pelo presidente fosse trabalhada num âmbito de mediar seria ótimo, porque a gente podia construir uma posição junto, mas sempre é no processo de confronto. E nesse processo de confronto ele acaba perdendo a possibilidade de liderar, de promover uma coordenação das nossas ações no Brasil, o que nós hoje mais sentimos falta".
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