O primeiro ano do atual mandato do governador Renato Casagrande (PSB) teve 11 mudanças em sua equipe. Em seu primeiro escalão, dos 25 secretários que iniciaram a gestão, dois não chegaram ao fim do ano. O governo ainda teve nove trocas de comando em autarquias e empresas públicas. O caso mais recente foi no Procon, com a saída de Lana Lages do órgão.
Logo na primeira semana de governo, o governador precisou rever seus planos para a Secretaria de Esportes. O deputado estadual Marcelo Santos (PDT) foi anunciado como nome a frente da pasta, mesmo sendo reeleito na Assembleia. Contudo, no dia 4 de janeiro, o suplente do pedetista, o ex-deputado estadual Luiz Durão (PDT), que assumiria seu lugar no Legislativo caso deixasse o cargo para assumir a secretaria, foi preso acusado de estuprar uma adolescente de 17 anos. Durão, acabou sendo absolvido em outubro, mas, para evitar que o ex-parlamentar ocupasse uma cadeira em plenário mesmo estando preso. Marcelo recuou do convite no dia 10 de janeiro e foi a primeira baixa antes mesmo de assumir o posto. Em seu lugar, Casagrande nomeou Junior Abreu.
A segunda mudança na equipe veio em julho. O então secretário de Desenvolvimento, Heber Viana de Resende, deixou o cargo para assumir a presidência da estatal ES Gás, à época recém-criada. A cadeira de Heber na secretaria ficou vazia por 29 dias, por dificuldades, segundo a colunista Beatriz Seixas, em encontrar profissionais que aceitassem preencher a vaga. O CEO da Wine, Rogerio Salume, chegou a ser convidado, mas declinou. Por fim, Marcos Kneip, que era secretário de Desenvolvimento do município de Anchieta, assumiu a pasta.
Outra baixa no secretariado de Casagrande já está prevista para acontecer nos próximos meses. Em abril, o secretário de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social, Bruno Lamas (PSB), deve deixar o cargo para disputar as eleições para a Prefeitura da Serra, como já afirmou o próprio governador. Ele deverá ser a 12ª baixa.
Os bancos estaduais também deram problemas para Casagrande no início do governo. O caso mais emblemático é do Banestes. Apenas um dia depois de tomar posse como presidente da instituição, Vasco Gonçalves foi preso durante a Operação Circus Maximus, deflagrada pela Polícia Federal no final de janeiro para investigar um esquema de pagamento de propinas a ex-diretores do Banco Regional de Brasília. O então diretor de tecnologia do banco, Silvio Grillo, assumiu o Banestes interinamente. Em fevereiro, José Amarildo Casagrande assumiu a presidência.
Já o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) foi comandado até março pelo economista Ângelo Batista. No entanto, após o executivo migrar para o setor privado, Casagrande optou por reintegrar um velho conhecido, Maurício Duque, que já havia sido seu secretário da Fazendo em seu primeiro mandato, entre 2011 e 2014.
Pressionado de um lado pelos militares na busca por valorização salarial e de outro para defender o Governo Casagrande, quem não resistiu até 2020 foi o comandante-geral da Polícia Militar do Espírito Santo, coronel Moacir Barreto. Alegando motivos de saúde, ele entregou o cargo em novembro e acabou sendo substituído as pressas pelo também coronel Márcio Sartório, que comandava a Polícia Ostensiva da Região Metropolitana.
Nas autarquias ainda teve mudanças na presidência da Agência de Regulação de Serviços Públicos (Arsp); da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames); no Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases); na Junta Comercial e na Central de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa).
Os ajustes no secretariado também estiveram presentes nas duas últimas gestões do governo estadual. Em 2015, o então governador Paulo Hartung (hoje sem partido) tirou Valdir Klug da Secretaria de Esportes e colocou no cargo o então deputado estadual Guerino Zanon (MDB), hoje prefeito de Linhares.
Já entre 2011 e 2014, em seu primeiro mandato, Casagrande também fez duas mudanças em suas secretarias, nas pastas de Comunicação e na Casa Militar, além de trocas no comando do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e no Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).
Na época, o governador disse que "nenhum secretário tem um contrato" e que eles poderiam "ficar quatro anos ou um dia". A Gazeta tentou contato com Casagrande para ele se posicionar sobre as mudanças no atual mandato, mas não teve um retorno até o fim desta reportagem.
Escolhido por Casagrande para iniciar o mandato, Heber Resende deixou a secretaria para assumir a ES Gás. O cargo ficou vago por 29 dias e foi preenchido por Marcos Kneip
Marcelo Santos foi anunciado por Casagrande para a Pasta e iria assumir assim que se licenciasse da Assembleia, na volta do recesso. Teve que desistir para não criar um climão no governo. Sua saída colocaria Luiz Durão, na época preso por estupro no plenário do Legislativo
Apenas um dia depois de tomar posse como presidente da instituição, Vasco Gonçalves foi preso durante a Operação Circus Maximus, deflagrada pela Polícia Federal no final de janeiro para investigar um esquema de pagamento de propinas a ex-diretores do Banco Regional de Brasília. Silvio Grillo assumiu interinamente até fevereiro, quando José Amarildo Casagrande foi nomeado na presidência.
Pressionado de um lado pelos militares na busca por valorização salarial e de outro para defender o Governo Casagrande, quem não resistiu até 2020 foi o comandante-geral da Polícia Militar do Espírito Santo, coronel Moacir Barreto. Alegando motivos de saúde, ele entregou o cargo em novembro e acabou sendo substituído as pressas pelo também coronel Márcio Sartório
Claudia Faquinote estava na presidência do Iases quando Casagrande assumiu o governo. Em abril, ela deu lugar a Bruno Nascimento, que atuava na Defensoria Pública
Um dos líderes do PSB no Espírito Santo, Carlos Roberto Rafael iniciou o governo como diretor-presidente da Ceasa. Mas, após viver uma crise com comerciantes da central, acabou deixando o cargo para atuar na Junta Comercial. Quem assumiu em seu lugar foi Fernando Castro Rocha
No início de 2019, a presidente da Junta Comercial era a empresária Letícia Chieppe, nomeada em 2015 por Hartung. Em setembro deste ano, Casagrande indicou quatro membros do PSB para assumir a diretoria e o comanda do órgão. Carlos Roberto Rafael assumiu a presidência do órgão.
Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) foi comandado até março pelo economista Ângelo Batista. Após o executivo migrar para o setor privado, Maurício Duque assumiu seu posto.
Em abril terminou o mandato de três anos do ex-diretor geral da Arsp, Julio Castiglioni Netto. Casagrande indicou Munir Abud de Oliveira, que deve ficar no cargo até 2022
Da Faculdade de Música saiu o remanescente da gestão de Hartung, Paulo Pelissari, e entrou em seu lugar, por indicação do governador o doutor em música Fabiano Araújo
A saída mais recente é da diretora-presidente do Procon, Lana Lages, que deixou o órgão para assumir a ouvidoria-geral da Sesp. Em seu lugar, irá assumir Rogério Athayde, que era do Procon de Cachoeiro de Itapemirim
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