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Em Vitória, Mourão defende corte de gastos públicos e privatizações

Em Vitória, Mourão defende corte de gastos públicos e privatizações

No Vitória Summit, evento da Rede Gazeta, o vice-presidente defendeu a aprovação de uma PEC para reduzir salários de servidores. "O que é melhor: receber 75% do salário ou não receber nada, como acontece em alguns Estados?"

Publicado em 2 de dezembro de 2020 às 17:22

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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, durante o Vitória Summit, organizado pela Rede Gazeta
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, durante o Vitória Summit, organizado pela Rede Gazeta. (Carlos Alberto)

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), defendeu a agenda de reformas para que o Brasil alcance o reequilíbrio das contas públicas. Ele citou as reformas administrativa e tributária, o corte dos gastos e as privatizações como saídas para a crise econômica gerada pelo novo coronavírus.

"Eu tenho que diminuir o gasto. A primeira coisa foi a reforma da previdência, mas precisamos da reforma administrativa, redefinir carreiras de Estado, redefinir a estabilidade do servidor, redefinir a questão salarial. Tem que haver uma escala de mérito. Precisamos avançar nas privatizações e vender empresas que estão sugando o recurso do tesouro e que, consequentemente, vão gerar mais dívidas", afirmou durante palestra no Vitória Summit, evento realizado pela Rede Gazeta na tarde desta quarta-feira (02).

Mourão ressaltou ainda a necessidade de acelerar o andamento das três propostas de emenda à Constituição (PECs) que estão paradas no Congresso. São elas a PEC dos Fundos, a PEC do Pacto Federativo e a PEC Emergencial. Esta permitiria que o governo estadual e as unidades da federação reduzam carga horária e salários dos servidores em caso de crise econômica.

"O que é melhor: receber 75% do salário ou não receber nada, como acontece em alguns Estados? O governo federal corre risco de cair na mesma vala", disse.

Em Vitória, Mourão defende corte de gastos públicos e privatizações

Ele disse também que o tamanho do déficit do governo pode levar à necessidade de uma nova reforma da previdência. A última modificação no regime previdenciário foi feita no fim do ano passado.

"Ano passado tínhamos conseguido reduzir um pouco o déficit, mas esse ano os prognósticos são de R$ 800 bilhões em déficit. Se lembrarem que a reforma da previdência previa que vamos economizar isso em dez anos , vamos precisar de outra reforma da previdência para reequilibrar isso", afirmou.

O diretor-geral da Rede Gazeta, Café Lindenberg, durante o Vitória Summit 2020(Carlos Alberto)

2021, O ANO DAS REFORMAS

Com o fim do ano se aproximando, Mourão apontou que o andamento dessas reformas só deve ocorrer depois de fevereiro de 2021, quando acontecerá a eleição das novas Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. Para ele, a partir de então, dependerá do governo construir uma ligação com o parlamento que viabilize as aprovações necessárias.

"O que está faltando para que a gente chegue até o fim de 2021 com uma reforma executada é que haja um entendimento. Considero que é responsabilidade do governo construir as pontes com o Congresso para que a gente consiga avançar nisso aí. Julgo que temos plenas condições de, no ano que vem, independente se vai apanhar ou sofrer pressão, fazer avançar essa reforma. Se não fizermos, vamos ficar marcando passo, correndo sérios riscos de ficarmos o retrato do que são alguns Estados do país, que não  conseguem pagar seus funcionários, suas dívidas, por falta de recursos. E ano que vem é o ano de fazer isso tudo", avalia.

O governo espera chegar a 2022, ano de novas eleições presidenciais, com uma perspectiva mais clara de quando o país voltará a ter um equilíbrio fiscal e quando poderá ver novamente a produtividade crescer.

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Se não fizermos isso, se o presidente for reeleito, ele vai ter uma bomba maior ainda para administrar, e, se não, vamos passar um abacaxi pra quem nos substituir

Hamilton Mourão (PRTB)
Vice-presidente da República
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Antes de participar do evento, Mourão almoçou com o governador Renato Casagrande (PSB) no Palácio Anchieta. Casagrande saudou o vice-presidente na abertura da tarde de palestras e os dois trocaram palavras amistosas. Ao mencionar Estados com problemas fiscais ou de ordem política, Mourão fez questão de frisar que esse não é o caso do Espírito Santo. 

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