Com a atualização da lista de presos por participação nos atos golpistas e na invasão às sedes dos Três Poderes no último domingo (8), mais dois bolsonaristas do Espírito Santo foram identificados entre os detidos. São eles: o empresário Marcos Soares Moreira, de 39 anos, da Serra, e o tatuador Raphael Souza Lopes de Abreu, de 38 anos, de Vila Velha.
Os dois estão no Centro de Detenção Provisória II do Complexo da Papuda, no Distrito Federal, entre os 1.398 presos após os ataques terroristas em Brasília, conforme lista atualizada na noite desta sexta-feira (13) pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) do Distrito Federal.
O empresário Marcos Moreira, que também já fez trabalhos como modelo e é conhecido por atuar numa empresa de fabricação própria de cortinas, divulgou diversos vídeos em suas redes sociais sobre a sua participação nos atos em Brasília, a começar por uma gravação dentro do ônibus saindo do 38º Batalhão de Infantaria do Exército, na Prainha, em Vila Velha, no último dia 7, onde estava montado um acampamento golpista de bolsonaristas.
Moreira também gravou diversos vídeos no acampamento montado próximo ao Quartel General do Exército em Brasília. Ele chegou a fazer uma transmissão ao vivo pelo Facebook dentro do acampamento, quando havia retornado do quebra-quebra na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto.
No vídeo, o empresário menciona o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter decretado intervenção na Segurança Pública do Distrito Federal. Enquanto mostra o acampamento, ele ainda afirma a pessoas que estão circulando pelo local que não houve ordem para desmontar e que “vai haver resistência”.
A última publicação dele é de terça-feira (10), às 10h50, em que ele mostra várias pessoas circulando em uma área aberta com barracas montadas, possivelmente dentro da área da Polícia Federal, para onde todos os que estavam no acampamento golpista foram levados.
Em seu perfil, ele brada: “Que seja criminalizado o comunismo e viva a direita eternamente”. Em suas falas, ele defende que haja uma tomada de poder e sai em defesa da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Já o tatuador Raphael Abreu protagonizou um dos vídeos que viralizaram nas redes sociais dentro do ginásio da Academia da Polícia Federal, para onde mais de mil bolsonaristas foram levados para serem fichados, interrogados e encaminhados ao sistema penitenciário do Distrito Federal entre domingo (8) e segunda-feira (9).
No vídeo, gravado por outra pessoa que estava dentro da Academia da PF, o tatuador de Vila Velha reclamava do tratamento dado e afirmava não saber o motivo pelo qual foi preso. "Muitas pessoas são inocentes e não deveriam nem sequer estar aqui mais. Isso é uma vergonha e a gente precisa de transparência e esclarecimento", afirma Raphael Abreu no vídeo.
A reportagem de A Gazeta apurou que ele se formou no curso técnico em Eletrotécnica em 2014. Nas redes sociais, ele posta principalmente imagens de tatuagens ou de clientes sendo tatuados.
A Gazeta procurou a defesa dos dois bolsonaristas, mas foi informada de que os presos estão sem comunicação no momento.
A lista com quase 1,4 mil presos em Brasília não tem os Estados de origem deles e, por isso, não é possível saber a quantidade exata de capixabas ou pessoas que deixaram o Espírito Santo rumo à Capital federal para participar dos atos golpistas do último domingo (8). Até o momento, ao menos cinco pessoas que saíram do Espírito Santo e estiveram nos atos terroristas foram identificadas.
Além do empresário e do tatuador, também estão presos: o pedreiro Charles Rodrigues dos Santos, 41 anos, morador da Serra; a suplente de deputado estadual pelo PL Maria Elena Lourenço Passos, 44 anos; e a autônoma Terezinha Locateli, 55 anos. As mulheres estão na Colmeia, Penitenciária Feminina do Distrito Federal, enquanto os homens estão no CDP 2, na Papuda.
Segundo a PF, 1.843 pessoas foram conduzidas pela Polícia Militar do Distrito Federal, as quais foram identificadas pela Polícia Federal e vão responder por crimes como terrorismo, associação criminosa, atentado contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, entre outros.
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