O governador Renato Casagrande (PSB) não acredita que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), alvo de mais de 120 pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados, entre eles um "superpedido", vai sofrer um impeachment. Pelo menos, não por enquanto.
"Enquanto o presidente da República tiver apoio popular, ele não sofrerá um processo de impeachment", afirmou o socialista, que ainda alertou:
A declaração de Casagrande foi dada logo após a prestação de contas do mandato, na tarde desta terça-feira (06), na Assembleia Legislativa. A sessão, em caráter especial, teve um tom ameno até dos deputados que fazem parte da oposição e foi marcada por elogios ao governador.
Durante os 40 minutos em que discursou na tribuna, o chefe do Palácio Anchieta priorizou ações do governo estadual, mas deu algumas alfinetadas no Palácio do Planalto, do qual é crítico, ao dizer que o Espírito Santo "sempre prezou pela ciência" no combate à pandemia.
Casagrande também criticou a forma como o governo de Jair Bolsonaro reagiu às suspeitas de irregularidades que envolvem a negociação de vacinas pelo Ministério da Saúde. O presidente é alvo de um inquérito que investiga se ele cometeu crime de prevaricação, que é quando um agente público deixa de tomar alguma atitude para satisfazer um interesse pessoal.
A investigação que envolve Bolsonaro foi aberta após os irmãos Miranda denunciarem à CPI da Covid que relataram ao chefe do Planalto suspeitas de corrupção no contrato da vacina Covaxin. O presidente, contudo, nada teria feito.
Para Casagrande, as denúncias precisam ser esclarecidas e não simplesmente negadas. "Qualquer suspeita de irregularidade que recaia sobre o governo, qualquer que seja o governo, é fundamental que o governante, em vez de reagir simplesmente negando, que ele possa buscar informações e prestar informações ao Ministério Público, ao Senado, à CPI, para que tudo fique claro", ressaltou.
Um dos focos da CPI da Covid no Senado tem sido a apuração de supostos desvios que envolvem os imunizantes, entre eles uma denúncia de oferecimento de propina feita por um servidor do Ministério da Saúde em negociação de doses da vacina AstraZeneca.
O governador Renato Casagrande classificou como graves as denúncias, mas defendeu que a CPI aprofunde nas investigações para então enviar um relatório final ao Ministério Público.
"Acho que eles já têm muitos fatos concretos com relação à gestão da pandemia, as pessoas que têm agido de forma positiva ou negativa. Mas há necessidade de aprofundar qualquer possibilidade de desvio, porque começaram a surgir essas suspeitas, então é bom a CPI aprofundar um pouco mais", opinou.
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