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Erick Musso diz que fala de Eduardo Bolsonaro é atentado à democracia

Erick Musso diz que fala de Eduardo Bolsonaro é atentado à democracia

Presidente da Assembleia Legislativa do ES se posicionou sobre declaração do filho do presidente, que disse que o AI-5, o ato institucional mais duro da ditadura militar, poderia ser reimplantado no país

Publicado em 31 de outubro de 2019 às 16:55

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Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Erick Musso. (Lissa de Paula/Ales)

O presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Erick Musso (PRB), classificou a declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre a possibilidade de um novo Ato Institucional nº 5 (AI-5) como um "atentado contra a democracia".

Em nota enviada à imprensa nesta quinta-feira (31), Musso defende que o ato seja interpretado como um crime, conforme prevê a Constituição Federal.

"A declaração de um deputado federal em defesa da volta do AI-5 é um atentado contra a democracia, o que é crime, como prescreve o artigo 5º da Constituição Federal. A maior conquista da sociedade brasileira nos últimos tempos está em sua representação por meio dos parlamentos", pontuou o presidente do Legislativo estadual.

Fazendo referência ao período da ditadura militar vivida no Brasil, Musso também enfatizou: "Num tempo em que o mal tem sido feito de forma muito silenciosa, há que se insurgir vozes capazes de defender o bom senso para que não revivamos uma história triste e que não nos deixou saudades".

Em evento nesta quinta-feira, o governador Renato Casagrande (PSB) também se posicionou contra a fala do filho de Jair Bolsonaro (PSL). Ele disse que a declaração é de quem “desconhece as atrocidades” cometidas a partir do Ato Institucional nº 5.

ENTENDA

Em entrevista concedida à jornalista Leda Nagle, Eduardo Bolsonaro questionou as críticas que vêm sendo feitas à gestão de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro. Em seguida, fez uma ameaça para o caso de as reclamações continuarem: "Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como ocorreu na Itália. Alguma resposta deve ser dada".

O AI-5 foi um decreto emitido durante o governo de Artur da Costa e Silva no dia 13 de dezembro de 1968. O ato é entendido como o marco que inaugurou o período mais duro e autoritário da ditadura militar no Brasil, autorizando ao presidente, por exemplo, decretar estado de sítio por tempo indeterminado, demitir pessoas do serviço público, cassar mandatos, confiscar bens privados e intervir em todos os estados e municípios.

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