O cenário mais tenso que se desenha para as eleições 2022 exige novas estratégias na área de segurança. Assim, um comitê será formado a partir desta terça-feira (12) com representantes dos municípios, Estado e União para planejar ações e monitorar atos políticos até a data da votação, que poderá ser realizada em dois turnos, nos dias 2 e 30 de outubro. A iniciativa visa à prevenção de conflitos no processo eleitoral e também crimes, como o registrado no fim de semana em Foz do Iguaçu (PR).
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) editou uma portaria para a criação do comitê com a participação das forças de segurança estaduais - Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros - e com membros convidados das Forças Armadas, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e também das secretarias de Defesa Social de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana. Outras instituições poderão ser chamadas a participar, dependendo das demandas que surgirem ao longo do período.
O grupo vai coordenar todas as ações de segurança no processo eleitoral, segundo afirma o titular da Sesp, coronel Marcio Celante Weolffel. "A primeira e mais importante ação será fazer o monitoramento de todo o cenário eleitoral deste ano, conjuntamente, para planejar e até acompanhar operações multiagências", destaca.
As operações poderão ser realizadas em manifestações políticas, como, por exemplo, nas que são frequentemente organizadas na Praça do Papa, em Vitória. Reforço no policiamento também poderá ser solicitado para atos da campanha eleitoral e a designação de efetivo será avaliada a cada caso.
Questionado sobre a decisão de se criar um comitê, o secretário observa que a disputa eleitoral deste ano sinaliza a necessidade de medidas dessa ordem.
Particularmente sobre o assassinato de um dirigente do PT em Foz do Iguaçu, Marcio Celante frisa que a Sesp tem acompanhado todos os fatos nacionalmente, e que o do Paraná é um deles, reforçando que o trabalho do comitê também será para evitar a reprodução desses episódios no Espírito Santo.
"Gostaria de deixar muito claro nosso repúdio à agressão à vida de qualquer pessoa, qualquer que seja o seu ideal político. As forças de segurança vão buscar atuar com inteligência para prevenir esses atos, sejam pontuais, sejam de grupos", afirma.
O serviço de inteligência das polícias - trabalho que não é ostensivo - deverá ser bastante utilizado para monitoramento e prevenção de conflitos por divergências de ideias. Marcio Celante aponta que o comitê poderá congregar as informações apuradas, propiciando ações mais qualificadas.
O secretário acrescenta que a criação do comitê é o ponto de partida para as ações. Com a publicação da portaria, as instituições vão indicar seus representantes e até a próxima semana deverá ser realizado o primeiro encontro do grupo para começar a definir medidas até outubro.
Mesmo com a iniciativa, Marcio Celante destaca o papel da sociedade nesse processo. "O mais importante no convívio, nas eleições ou não, é a cultura de paz. Temos que buscá-la no dia a dia, no nosso trabalho e, principalmente, nesse período eleitoral. O problema que vemos é que, à medida que vai chegando próximo à data da votação, infelizmente algumas pessoas se esquecem disso. Vamos trabalhar para levar tranquilidade a todos, mas, se não houver colaboração por parte da população, será mais difícil."
Versão anterior desta matéria tinha como imagem principal uma ação de agentes da Guarda Municipal de Vitória, com a legenda que indicava, erroneamente, que se tratava de membros da Polícia Militar. A fotografia foi alterada.
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