“Espero que um candidato mais de centro consiga tirar um pouco dessa polarização que existe”. A declaração foi feita pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), durante participação no Vitória Summit - Encontro de Líderes 2021, promovido pela Rede Gazeta, nesta quinta-feira (25).
A fala ocorreu durante o painel "ES e MG: desafios e oportunidades para 2022", em conjunto com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB). Com o objetivo de discutir perspectivas políticas e econômicas do Espírito Santo e do país, o Vitória Summit seguirá até esta sexta-feira (26) e terá a programação toda transmitida ao vivo em A Gazeta.
A declaração ocorre um dia após o encontro do governador mineiro com o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, em Belo Horizonte (MG). A reunião, que chegou a ser divulgada pelo jornal O Globo, foi confirmada por Zema durante o Vitória Summit, nesta quinta (25).
Embora não tenha comentado sobre o teor do encontro, o governador de Minas Gerais confirmou: “O Moro, com quem eu estive ontem, comunicou que será candidato através do Podemos.”
A relação entre Zema e o atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), de quem foi aliado desde a campanha eleitoral de 2018, foi abalada após os constantes ataques do presidente aos governadores sobre a alta no preço dos combustíveis.
Contudo, segundo Zema, ainda existe respeito. “Respeito muito o ex-ministro, respeito o presidente, mantenho o diálogo com todos e manterei com todos os candidatos, até porque Minas precisa muito do governo federal. Minas Gerais precisa ter esse diálogo. Vamos aguardar, a campanha está muito distante ainda.”
Questionado se apoia ou poderia vir a apoiar a candidatura de Moro, o governador mineiro esclareceu: “Vamos aguardar, a campanha está muito distante ainda. O meu partido lançou um candidato, o Luiz Felipe D’Avila, então, no momento, quem apoio é ele.”
Apesar de também planejar concorrer à reeleição, Zema garantiu que a disputa, no momento, não é uma prioridade. “O meu foco hoje é viabilizar Minas Gerais. Nós temos uma dívida vencida que está com liminares hoje, de R$ 30 bilhões, e se essas liminares caírem teremos uma situação terrível no Estado. Meu foco hoje é totalmente esse.”
Durante o painel, Zema fez um retrospecto sobre a situação caótica que encontrou ao assumir o governo de Minas Gerais, descrito por ele como “um Estado arrasado” naquele momento.
“Assumimos um Estado arrasado. O que aconteceu em Minas, pelo que nós sabemos, não aconteceu em momento algum, em lugar algum do Brasil. Os 853 municípios não estavam recebendo os repasses constitucionais de ICMS, de IPVA, de Fundeb, da saúde. Fomos levantar qual era a dívida com os municípios: R$ 14 bilhões. Começamos a fazer os repasses correntes e fizemos acordos para pagar o que havia sido acumulado anteriormente. Quem acompanha Minas Gerais sabe que nós tivemos, no passado, vários prefeitos que renunciaram, com problemas seríssimos de saúde, e até prefeito que suicidou devido a toda essa carga.”
Outros R$ 7 bilhões referentes a depósitos judiciais também foram alvo de acordos com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Entre outros problemas, Zema cita ainda os atrasos salariais do funcionalismo. Somente no mês de agosto deste ano os pagamentos, que há seis anos estavam em desajuste, voltaram a ser feitos na data correta.
“Mas teve um fato incrível, eu diria. O último governo descontou do funcionalismo público o empréstimo consignado e não pagou aos bancos. Duzentos e quarenta mil funcionários tiveram o seu nome inscrito indevidamente no SPC e Serasa. Nós também assumimos mais essa bomba.”
Os ajustes, ele explica, foram fruto de esforços para aumentar a receita e reduzir despesas, renegociação de dívidas, mas também de diálogos para atrair investimentos. “Nós já atraímos, em três anos de governo, R$ 180 bilhões em investimentos.”
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