O empresário Armando Fontoura Filho (Podemos), foi eleito vereador de Vitória no último domingo (15) para os próximos quatro anos, a contar a partir de janeiro de 2021. Conhecido no meio político capixaba, ele já foi uma das lideranças do movimento Vem Pra Rua, que organizou manifestações contra a então presidente Dilma Rousseff (PT), entre 2013 e 2015.
Em 2015, um vídeo de uma câmera de segurança da Câmara de Vitória viralizou, ao mostrar o então funcionário chegando à Casa, batendo o ponto e voltando para a rua. As imagens eram de 2013, quando ele era assessor do vereador Luiz Emanuel Zouain (na época no PSDB, hoje no Cidadania).
O caso ganhou repercussão, gerou um processo administrativo na Câmara e uma denúncia contra Armandinho, como também é chamado, no Conselho de Ética do PSDB estadual. O episódio culminou na saída dele do partido. O agora vereador eleito trabalhou na Câmara de Vitória, como servidor comissionado, por três meses, entre janeiro e março de 2013.
Na ocasião, Armandinho admitiu que a atitude foi um erro, mas que foi induzido pelo vereador Luiz Emanuel a agir dessa forma. Ele ainda responde a uma ação de improbidade administrativa, movida pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que o acusa de ter gerado danos aos cofres públicos. Três anos depois do ajuizamento, o caso ainda aguarda uma decisão.
E se antes Armando Fontoura trabalhava no gabinete de Luiz Emanuel, a partir do ano que vem eles serão colegas de plenário. Luiz Emanuel foi reeleito.
Armando Fontoura foi eleito com 1.264 votos, em sua segunda tentativa de chegar à Câmara de Vitória. Ele também se candidatou em 2016, quando estava filiado ao DEM. Agora, ele já começa a organizar sua equipe de trabalho para o próximo mandato e disse que vai contratar uma empresa de RH, que aplicará uma prova e selecionará os assessores de seu gabinete.
"Farei como acontece no mercado. Sou formado em gestão pública, mas sou empreendedor e minha carreira foi na iniciativa privada. Vou contratar headhunters (caçadores de talentos) para um processo seletivo imparcial, as pessoas vão se inscrever on-line e mandar currículo. A empresa é que vai escolher", descreve.
Sobre o processo contra ele, Armandinho disse que as "urnas falaram" e que amadureceu de 2013 para cá. Ele afirmou que seu mandato será pautado na participação popular e que usará um aplicativo chamado Meu vereador, desenvolvido pelo vereador de Minas Gerais Gabriel Azevedo (Patriota), em que os eleitores poderão sugerir projetos e opinar sobre temas analisados na Câmara.
Volto à Câmara pelo voto popular. Sempre fui um bom funcionário e bem recomendado por quem trabalhou comigo. Me preparei e amadureci, a sociedade compreendeu isso e me escolheu para representá-la. Durante os últimos quatro anos atuei de forma cidadã, cobrei a prefeitura, entrei com ações populares contra a ciclovia da Rio Branco, que ia tirar as vagas dos carros, e contra a empresa de rotativos, que não instalou todas as câmeras que estavam previstas no contrato. Acredito que foi isso que me credenciou para conseguir me eleger", afirma.
A eleição na cidade ainda não acabou. No dia 29, os eleitores voltam às urnas para escolher, em segundo turno, o novo prefeito da Capital. Estão na disputa os candidatos Lorenzo Pazolini (Republicanos) e João Coser (PT). Para o Legislativo, o quadro já está definido.
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