O deputado estadual José Esmeraldo e o ex-deputado federal Marcelino Fraga foram expulsos do MDB, por decisão da Executiva Nacional do partido. Um ofício assinado pelo presidente nacional da sigla, Baleia Rossi (MDB), foi entregue ao Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) comunicando a decisão.
Marcelino e Esmeraldo estavam com a filiação suspensa desde agosto de 2020, em decisão preliminar do partido, após a Comissão de Ética aplicar a penalidade contra os dois ex-membros pela atuação deles em uma eleição improvisada em fevereiro de 2020, realizada na Praça Getúlio Vargas, em Vitória.
Paralelamente, José Esmeraldo já havia ingressado com um pedido na Justiça Eleitoral capixaba para ser desfiliado, por justa causa, ou seja, sem a perda do mandato de deputado estadual. Como foi expulso pelo partido, ele não corre o risco de perder a cadeira na Assembleia Legislativa.
"Não tenho interesse nenhum de recorrer, inclusive já tinha feito o meu pedido para o desligamento. Todo esse processo movido pelo MDB nacional levará o partido para o caos. Uma ação autoritária, antidemocrática e covarde, que desrespeita o que os filiados escolheram. Era filiado ao partido havia 15 anos, saio de cabeça erguida", afirmou.
Marcelino havia sido eleito presidente na votação improvisada, que chegou até a ser validada pelo TRE, mas foi anulada pela Justiça comum, já que a Executiva nacional do MDB não reconheceu o pleito. Ele disse que estuda recorrer à Justiça e que ainda não foi notificado da decisão.
"Eu sabia que estava no Conselho de Ética e tinha deliberado pela expulsão, mas ainda não fui informado da decisão do MDB nacional. Eu acho que essa decisão do presidente Baleia Rossi mostra o desejo deles, da Executiva nacional, de deixar na mão do Lelo a presidência do partido aqui. Não cometi nenhum crime, só quis disputar a liderança do MDB no Estado e isso gerou descontentamento. Tenho 40 anos de filiação ao MDB, essa decisão é antidemocrática. Vou buscar meu direito e vou recorrer", pontuou.
O ex-deputado federal Lelo Coimbra, que presidia o partido antes da eleição improvisada e era o principal adversário de Marcelino na disputa pelo comando da sigla, foi procurado pela reportagem, mas não se pronunciou até a publicação deste texto.
Desde março, o partido está sob intervenção de membros de fora do Espírito Santo, escolhidos pela direção nacional do MDB, até que haja uma definição sobre a escolha do novo presidente estadual do partido. Outra acusação na Comissão de Ética é a de desacato à determinação da Executiva nacional, por parte de Marcelino e Esmeraldo, ao não atender a intervenção no diretório estadual. No processo, eles são acusados de "invadir" a sede capixaba do partido, em Vitória.
A comissão interventora, que é a atual responsável pelo diretório, deve permanecer instalada até o próximo dia 17 de março. O prazo pode ser estendido pela Executiva Nacional ou o MDB pode convocar novas eleições para o comando da sigla no Estado.
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