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Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, é preso em São Paulo

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, é preso em São Paulo

Amigo de Jair Bolsonaro foi encontrado em imóvel do advogado do senador e filho do presidente, em Atibaia. O mandado de prisão foi expedido pela Justiça do Rio de Janeiro

Publicado em 18 de junho de 2020 às 06:57

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 Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro
Fabrício Queiroz foi assessor e motorista de Flávio Bolsonaro até 2018. (Reprodução)

O policial miliar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi preso em Atibaia, no interior de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (18). A prisão é desdobramento de uma investigação que apura suposto esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), então deputado estadual .

A prática se dá quando funcionários são coagidos a devolver parte de seus salários. O filho de Bolsonaro foi deputado estadual de fevereiro de 2003 a janeiro de 2019. 

O mandado de prisão foi expedido pela Justiça do Rio de Janeiro. Queiroz estava em um imóvel do advogado Frederick Wassef, responsável pelas defesas de Flávio e do presidente Bolsonaro. Wassef é figura constante no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, e em eventos no Palácio do Planalto.

A Operação Anjo é coordenada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. O ex-assessor de Flávio deve ser transferido para o Rio de Janeiro ainda nesta quinta-feira. A mulher de Queiroz, Márcia Aguiar, que foi assessora do hoje senador, também teve a prisão decretada — ela não foi encontrada em seu endereço e é considerada foragida.

OPERAÇÃO EM SÃO PAULO E NO RIO

A operação que prendeu Queiroz em SP foi comandada pelo delegado Nico Gonçalves, chefe do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) da Polícia Civil. Segundo ele disse à GloboNews, Queiroz estaria na casa do advogado há cerca de um ano.

Em entrevista à CNN, Gonçalves afirmou que Queiroz não ofereceu resistência à prisão. O ex-assessor estava dentro de um quarto pequeno na casa em Atibaia, segundo o delegado. 

O Dope foi criado pelo governador João Doria (PSDB-SP) em agosto do ano passado para tratar para coordenar ações em casos sensíveis, como extorsão mediante sequestro, agrupando policiais de diversas delegacias especializadas. Ela é vista dentro da polícia como a menina dos olhos do governador na área investigativa no estado.

Policiais civis e promotores também fazem busca e apreensão em outros endereços de investigações no Rio de Janeiro.

Contra outros suspeitos de participação no esquema da "rachadinha", o MPRJ obteve na Justiça a decretação de medidas cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, o comparecimento mensal em juízo e a proibição de contato com testemunhas.

São eles o servidor da Asssembleia Matheus Azeredo Coutinho, os ex-funcionários Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins e o advogado Luis Gustavo Botto Maia. Alessandra é atualmente assessora de Flávio no Senado.

09/05/2019 - Brasília - DF - Senador Flávio Bolsonaro (PSL- RJ) - (Waldemir Barreto)

RELEMBRE O CASO

Flávio Bolsonaro é investigado desde janeiro de 2018 sob a suspeita de recolher parte do salário de seus funcionários na Assembleia do Rio de 2007 a 2018. Os crimes em apuração são peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e organização criminosa.

A apuração teve início quando o o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) registrou movimentação financeira de R$ 1,2 milhão, considerada atípica, nas contas de Queiroz. O ex-assessor recebeu sistematicamente em suas contas bancárias transferências e depósitos feitos por assessores subordinados ou indicados por Flávio na Alerj, de acordo com quebra de sigilo bancário obtida pelo Ministério Público do Rio.

Queiroz foi assessor e motorista de Flávio Bolsonaro até outubro de 2018, quando foi exonerado. O policial militar aposentado afirmou que recebia parte dos valores dos salários dos colegas de gabinete. Ele diz que usava esse dinheiro para remunerar assessores informais de Flávio, sem conhecimento do então deputado estadual. A sua defesa, contudo, nunca apontou os beneficiários finais dos valores.

O senador nega desde o fim de 2018 que tenha praticado "rachadinha" em seu gabinete. Afirma que não é responsável pela movimentação financeira de seu ex-assessor.

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