O governador Renato Casagrande (PSB) criticou novamente a atuação do governo federal no enfrentamento à pandemia de coronavírus. Segundo ele, a falta de uma ação conjunta entre o presidente, o Ministério da Saúde e os entes federados, em especial neste momento em que há o agravamento da epidemia em diversos Estados, causa confusão na população, prejudica o combate à doença e tira o foco do que mais importa, que é salvar vidas.
"Gostaríamos muito que tivéssemos uma coordenação nacional, que ajudaria a salvar vidas, não traria dúvidas na cabeça das pessoas. Nós, governadores, estamos tendo um trabalho mais exaustivo, mais intenso, por falta de coordenação nacional", apontou.
Casagrande convocou coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (1) para esclarecer dados relativos aos repasses feitos pelo governo federal ao Espírito Santo em 2020, divulgados pelo presidente Jair Bolsonaro no Twitter no último domingo (28).
Segundo ele, o volume de recursos relativos à pandemia de coronavírus que chegou ao Estado é cerca de um décimo do valor divulgado pelo presidente Jair Bolsonaro. O restante se refere a repasses garantidos pela Constituição, que são obrigatórios e são transferidos todos os anos, e ao auxílio emergencial, que foi pago às pessoas físicas.
Bolsonaro publicou em sua rede social cifras que teriam sido pagas a cada ente, afirmando terem sido destinados ao Espírito Santo um total de R$ 21,6 bilhões. Segundo o governo do Estado, os valores recebidos pelo Espírito Santo e seus municípios em transferências extraordinárias da União em 2020, em função da pandemia, foram, na verdade, R$ 2,24 bilhões.
O governador lembrou ainda que a previsão dada pelo Ministério da Saúde para o fim da vacinação da população é dezembro deste ano, o que significa que o controle da doença ainda deverá ser feito pelo menos até o final de 2021.
Enquanto isso, Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia, que vinham apresentando um contágio relativamente controlado, enfrentam atualmente o colapso dos sistemas de saúde.
"Esse enfrentamento (entre o governo federal e os governadores) acaba gerando uma tragédia maior ainda na pandemia. Estamos perdendo 1,2 mil pessoas por dia no Brasil, é praticamente uma bomba atômica. Uma hora dessa tem que diminuir o tensionamento, diminuir o enfrentamento para tentar salvar vidas", afirmou.
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