O deputado federal Felipe Rigoni (PSB) anunciou que vai se filiar ao União Brasil - partido formado pela fusão do PSL com o DEM - na próxima terça-feira (7). A cerimônia de filiação acontecerá em Brasília, quando Rigoni deixa de vez o PSB, partido pelo qual foi eleito e conseguiu na Justiça o direito de se desfiliar sem perder o mandato.
Em entrevista para A Gazeta, Rigoni destacou que encontrou um partido em que cabe seu perfil liberal e afirmou que quer participar da construção da sigla aqui no Estado. A presidência no Espírito Santo deve ficar com o ex-senador Ricardo Ferraço.
"Não quero mais ser um independente meio isolado como era no PSB. Quero participar da construção de um projeto para o Brasil e Espírito Santo", frisou, não descartando ser candidato ao governo estadual.
Sobre a disputa no cenário nacional em 2022, disse apoiar, "com certeza", uma candidatura de terceira via.
Confira a entrevista:
O que mais me atrai é o fato de terem topado tirar o protagonismo individual para construir um projeto maior para o Brasil. Vai ser um partido de orientação liberal, óbvio que você tem alas, isso é natural em qualquer partido. O PSL teve um momento mais conservador por conta da vinda do presidente Bolsonaro, mas ele, em sua origem, sempre foi um partido social liberal. No fim das contas, vai ser uma orientação moderada, e isso é importante, com uma orientação liberal.
O União Brasil, em primeiro lugar, é um partido com orientação liberal. Minha visão liberal por inteiro, de mundo, cabe no partido. Não cabe essa visão dentro do PSB. Por não caber, eu tinha feito aquela carta de independência lá atrás que o PSB sumariamente desrespeitou na primeira oportunidade que teve. Não há um descompasso entre a minha visão de mundo e da União (partido). E o que eu quero, de fato, é ajudar a construir o partido.
Não há problema nenhum, isso vai ser discutido por nós que estamos aqui. Óbvio que vai ter influência do que vai acontecer em nível nacional, mas quem define isso é o grupo. Não tem, por minha parte, imposição e nenhuma restrição ao grupo do PSB. Só não me cabe mais lá.
Parte do papel que eu quero cumprir: montar um projeto de Estado. O Espírito Santo, se for dividir os últimos 100 anos, dá para quase dividir em blocos de 20 anos. E esse último bloco, do Paulo e Renato, foi muito bom, está sendo um bloco muito bom. A gente ajeitou as contas, aumentou a transparência. O que eu quero cumprir é conseguir esse plano para o próximo ciclo, se isso vai culminar no apoio da candidatura do Renato, a uma outra candidatura, ou uma própria do partido, inclusive minha, ninguém sabe. Isso será discutido com o partido.
Eu não tenho nada definido. É natural eu vir para uma reeleição, mas eu quero montar esse plano, se vai continuar em uma candidatura minha ou parceria com outro candidato, ainda não sabemos.
Não. No primeiro turno é impossível apoiar o Bolsonaro e é impossível apoiar o Lula. Vamos, com certeza, apoiar uma candidatura de terceira via, quem vai ser, não tem como saber.
Aí não tem como saber. Eu vou lutar incessantemente para a gente não ter que fazer essa escolha entre Lula e Bolsonaro. Esse não é o caminho do Brasil. Então o nosso plano A, B, C, D e E é fazer uma candidatura da terceira via ser viável e vitoriosa.
Nada desandou com o PSDB, só que andou mais com o União. Eu estava, obviamente, em conversa com o PSDB, com o PSD, com outros partidos, mas à medida que o União se concretizou, me pareceu um projeto muito mais viável em termos de como construir esse novo projeto para o país.
Não sei se mais espaço, mas terei espaço, com certeza, para construir esse projeto para o Espírito Santo, para o Brasil, em todas as instâncias do partido. Eu pretendo ter uma presença porque eu quero construir o partido junto com o partido, não quero mais ser um independente meio isolado como era no PSB.
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