Erick Witzel, 24, filho do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), tornou-se funcionário da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS) da prefeitura carioca na última sexta-feira (2).
O chefe da pasta, Nélio Georgini, defendeu a contratação e disse que não haverá privilégios. "Todos têm o mesmo padrão de salário, R$ 1.695.56", afirmou.
Erick é homem transgênero e havia se oferecido para atuar na pasta até como voluntário, segundo Georgini.
"Ele já fazia contato com duas pessoas negras trans que faziam parte da minha equipe e uma delas sugeriu que ele fizesse parte da CEDS. Eu escutei toda essa história e chamei o Erick para conversar", conta Georgini.
Erick tinha uma relação fria com o pai e se distanciou ainda mais quando Witzel, quando candidato, foi filmado destruindo uma placa em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL), lésbica e envolvida na defesa da causa LGBT.
Nos últimos meses, pai e filho voltaram a se aproximar. Eles assistiram juntos ao jogo do Flamengo no Maracanã esta semana.
Erick classificou a nomeação como uma "oportunidade única de desenvolver novos projetos ou dar continuidade a projetos já vigentes voltados à diversidade, principalmente, às pessoas transexuais".
Ele afirmou esperar "atender as expectativas e superar as críticas" e dar visibilidade às pessoas transexuais.
A reportagem, o coordenador Georgini disse que o parentesco com o governador não teve ligação com a contratação.
"Eu fui muito criticado pela questão de nepotismo, mas fiz questão de entender a súmula 13 do Supremo. Em nenhum momento eu consultei, conversei com o governador ou com o prefeito", afirma.
"Os meus critérios são muito transparentes, porque sou cobrado pela imprensa."
O coordenador diz que Erick, chef de cozinha, havia recebido propostas para ser assessor de deputados.
Mas o jovem teria negado as ofertas e decidido trabalhar sem receber na coordenadoria.
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