Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou a declaração do deputado Gilvan da Federal (PL-ES), desejando a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na terça-feira (8), durante sessão da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, Gilvan alegou que desejava a morte do presidente e que “nem o diabo quer a desgraça desse presidente que está afundando o país”. No dia seguinte, Flávio, durante sessão do Senado, disse que o pai foi alvo de declarações parecidas e salientou que as atitudes são reprováveis.
Relembrando um artigo assinado em 2020 pelo jornalista Hélio Schwartsman, da Folha de S. Paulo, com o título ‘Por que torço para que Bolsonaro morra’, Flávio destacou que reprova as ações e que a atitude de Gilvan não condiz com o cargo que ocupa na Câmara dos Deputados.
“[...] O deputado do Espírito Santo faz algo similar em relação ao Lula e eu quero só registrar que as duas atitudes são reprováveis. Não é uma postura que se espera de um parlamentar que está ali para discutir as coisas sérias do Brasil”, disse o senador.
Esclarecendo que é contra a fala de Gilvan, Flávio Bolsonaro ainda pontuou que não cabe a ele ou ao Senado discutir medidas contra o deputado.
“Cabe ao eleitor, nas próximas eleições, fazer um balanço se ele merece ser reconduzido ou não [a um cargo político]. Da minha parte, não acho que caiba nenhuma medida contra uma fala do parlamentar. Esse julgamento, a população vai fazer. E se quem se sentiu ofendido entender que foi vítima de algum crime, tem os procedimentos judiciais para serem tomados”, completou Flávio.
A reprovação do senador foi destacada na tarde de quarta-feira, por volta das 17h. Pouco depois, às 19h40, Gilvan da Federal, durante discurso na Câmara, pediu desculpas por ter desejado a morte de Lula e afirmou que exagerou na declaração.
Segundo Gilvan, “um cristão não deve desejar a morte de ninguém, mas Luiz Inácio Lula da Silva deveria pagar por seus crimes, deveria estar preso e deveria pagar por tudo que ele fez de mal ao nosso país”.
Ainda na quarta, a Advocacia-geral da União (AGU) encaminhou uma notícia de fato à Polícia Federal (PF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) visando à adoção de providências contra o deputado federal.
Ciente da ação da AGU, Gilvan reagiu à manifestação do órgão e afirmou ter feito uso do direito de “manifestar seu pensamento” na declaração dada sobre o presidente da República. E disse também que “desejar que alguém morra, por si só, não é crime”.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta