Considerado foragido da Justiça, após ser condenado em segunda instância e ter mandado de prisão expedido, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Carlos Gratz está em casa. A informação foi obtida pela TV Gazeta junto a moradores do prédio onde o ex-deputado vive, na Praia do Canto, em Vitória.
A reportagem esteve no local no início da noite desta quinta-feira (24). Segundo vizinhos, Gratz tem vida normal, circula pelo prédio e vai até à padaria. Ainda segundo eles, o ex-deputado tinha acabado de sair, tranquilamente, acompanhado pela esposa, pouco antes de a equipe chegar ao condomínio.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que os policiais da Superintendência de Polícia Interestadual e de Capturas (Supic) realizaram duas tentativas de cumprimento de mandado de prisão na residência do foragido, na Capital, e ele não foi localizadonas duas ocasiões. As diligências continuarão sendo realizadas até que a detenção seja feita.
A reportagem procurou a defesa de Gratz para comentar o caso, mas não teve retorno até a publicação desta matéria. Mas o advogado do ex-deputado, Carlos Guilherme Pagiola, já afirmou que deu entrada em habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), e pontuou que entende que o mandado de prisão é impróprio. "Porque ficou provado nos autos que as assinaturas de José Carlos Gratz sofreram falsificações, que ele não recebeu nada em benefício, e o próprio Ministério Público, junto ao Tribunal de Justiça, pediu sua absolvição. Alem disso, o STJ já havia confirmado a ilegalidade total das provas do processo, obtidas por quebra de sigilo sem ordem judicial, que são similares ao caso do Flávio Bolsonaro. E, por fim, poderia ter aguardado resolução do tema da prisão em 2ª instância, já que o Supremo o discute nesse momento", disse à reportagem na terça-feira (22).
A prisão do ex-deputado estadual José Carlos Gratz foi determinada pela Justiça na última quinta-feira (17) relativo aos crimes de lavagem de dinheiro e peculato, que é quando o funcionário público se apropria ou desvia dinheiro em benefício próprio. Outras seis pessoas também tiveram a prisão determinada, entre eles o ex-diretor da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, André Nogueira. A ação tramita há 16 anos.
Três mandados de prisão já foram cumpridos: o de André Nogueira e dos irmãos dele, o procurador do Estado Flávio Cruz Nogueira e o empresário Cézar Cruz Nogueira. José Carlos Gratz, Renata Peixoto Silva, João Batista Lima e Almir Braga Rosa ainda não foram presos.
O processo é referente ao desvio de R$ 4,1 milhões da Assembleia para a Lineart - empresa da família Nogueira usada como "lavanderia" de recursos desviados do Legislativo, entre 1999 e 2002 - e a primeira em ação penal sobre o "Esquema das Associações" .
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