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Fux no ES: No Rio não tem moqueca nem peixada

Fux no ES: No Rio não tem moqueca nem peixada

Carioca, futuro presidente do STF deu palestra no Palácio Anchieta e fez comentário sobre o tradicional prato, que não é comum no Rio. Depois, almoçou moqueca

Publicado em 10 de fevereiro de 2020 às 19:41

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 Luiz Fux, ministro do STF, em palestra de abertura do ano letivo do Programa de Residência Jurídica da PGE no Palácio Anchieta. (Ricardo Medeiros)

Diante de uma plateia formada majoritariamente por capixabas, no Palácio Anchieta, sede do governo estadual, Fux, que é do Rio de Janeiro, saiu-se com esta: "Os cariocas são muito parecidos com os capixabas, tirando a moqueca, que não é um hábito lá do Rio de Janeiro. Mas também não temos peixada". 

Depois da palestra, o ministro almoçou no Palácio. No cardápio, moqueca.

OS INÚMEROS RECURSOS

Na palestra, o ministro, que assumirá a presidência do Supremo em setembro, falou sobre os inúmeros recursos permitidos no trâmite processual no país, o que provoca lentidão. E, mais uma vez, deu uma regionalizada, ao citar um advogado capixaba. 

"Em razão desses recursos a duração razoável dos processos fica sacrificada (...) Claro que o recurso é importante porque apura a qualidade da decisão. Um recurso. Mas o Brasil não só tem muitos recursos como tem recursos sedutores", afirmou o ministro, para então contar a seguinte anedota:

"Eu me lembro de um advogado aqui do Espírito Santo que falava com uma cliente ao telefone. Eu presenciei essa ligação. É um advogado oriundo aqui de Cachoeiro de Itapemirim, todo mundo sabe quem é, e ele é muito irônico, um homem de muita criatividade. Ele discutia com a dona Matilde, ela deve ter se queixado porque eles perderam a causa."

"Não, dona Matilde, se eu ganhasse todas as causas ia ter uma fila de Cachoeiro de Itapemirim até o meu escritório. Realmente eu também perco causas'. Certamente, ela perguntou: 'e agora, o que vamos fazer?'. 'Tem a apelação' (respondeu o advogado). 'E depois, o que vamos fazer?' 'Tem o recurso especial' (complementou o defensor). E ali ela ficou curiosa com esse nome: recurso especial? Aí ela falou 'especial eu quero'. A sorte foi que ele não disse que tinha (recurso) extraordinário, senão ela ia longe", comentou Fux, levando a plateia aos risos.

"São essas questões que levaram o Brasil a uma prodigalidade recursal incapaz de permitir a duração razoável dos processos. Agora o novo código diminuiu os recursos e criou uma sucumbência recursal. Perdeu a causa, paga os honorários, perdeu o recurso, vai pagar de novo. Isso começa a dissuadir", complementou. 

O ADVOGADO CAPIXABA

O advogado em questão é Sergio Bermudes, o mesmo que doou R$ 1 milhão para vítimas das chuvas em Cachoeiro. 

QUEM PAGOU

A palestra de Fux não teve custo para o governo do Estado, informou a assessoria de imprensa da PGE. O ministro veio também a convite da Editora Fórum, de livros jurídicos. Aliás, no evento foi exibida a imagem da Coleção Luix Fux sobre jurisdição constitucional.

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