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Gilberto Campos defende projeto de combate à fome com auxílio de R$ 1 mil

Gilberto Campos defende projeto de combate à fome com auxílio de R$ 1 mil

Candidato ao Senado Federal pelo Psol, o servidor público aposentado apresentou algumas de suas propostas em sabatina conduzida pela colunista Letícia Gonçalves

Publicado em 16 de setembro de 2022 às 21:41

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Gilbertinho Campos, candidato ao Senado
Gilberto Campos, candidato ao Senado pelo Psol, foi entrevistado por Letícia Gonçalves . (Fernando Madeira)

Com uma campanha concentrada no fato de que é o único candidato de esquerda ao Senado Federal no Espírito Santo, o servidor público aposentado Gilberto Campos (Psol) tem como bandeira as pautas sociais. Ele afirma que, se eleito, vai atuar fortemente para combater a fome e um de seus projetos é elevar o auxílio concedido à população mais vulnerável para R$ 1 mil. 

A proposta foi apresentada à colunista de Política de A GazetaLetícia Gonçalves, nesta sexta-feira (16), na última entrevista da série de sabatinas feitas com candidatos ao Senado. Para Gilberto, a ajuda oferecida hoje, no valor de R$ 600, não é suficiente para as necessidades de quem recebe o benefício. 

"Nos meus primeiros dois anos de mandato, vou atuar incansavelmente para debelar a fome no Brasil. O que está acontecendo é um 'pix eleitoral': R$ 600 por três meses e depois acaba. E o pior de tudo é que R$ 600 hoje, o poder aquisitivo é bem diferente de R$ 600 de dois anos atrás. Se dois anos atrás conseguiria comprar duas cestas básicas, hoje consegue uma, uma e pouco. Mas só que, no orçamento que foi colocado, essa bolsa vai reduzir para R$ 400 — não dá para comprar uma cesta básica. Então, a nossa proposta,  trabalhamos com perspectiva de R$ 1 mil, que garante minimamente a compra de alimentos para atacar a fome. Mas daqui a alguns meses teremos que rever inclusive esse valor porque estamos nesse processo inflacionário", argumentou. 

Gilberto Campos falou ainda sobre a descriminalização de drogas, exemplificando com as substâncias hoje liberadas no país — álcool, anfetaminas e cigarro. Ele observou que, para os consumidores desses produtos, a legislação prevê tratamento para os casos de abuso e dependência. Assim, o candidato avalia que, para o uso abusivo de outras drogas, também deveria ser considerado um problema de saúde pública, e não crime. 

"Porque essa falsa justificativa de guerra às drogas é que tem gerado esse número absurdo de violência, de morte. O Estado gasta muito dinheiro para fazer essas operações. Nossa ideia é construir uma nova política sobre drogas", frisou o candidato, acrescentando que, para tanto, serão consultados especialistas e haverá debate com a sociedade sobre o assunto. 

ALIANÇAS 

Ainda que se apresente como único candidato de esquerda, Gilberto Campos foi lembrado que sua concorrente, Rose de Freitas (MDB), tem apoio da federação formada por PT, PV e PCdoB e, então, foi perguntado se a falta de aliança não dificulta a sua eleição, já que divide os votos do eleitorado que se identifica com esse viés ideológico. 

O candidato ressaltou que há diferentes correntes de esquerda e o Psol é, segundo ele, um partido mais fiel a seus princípios, enquanto há grupos mais pragmáticos. "A gente não trabalha com esse pragmatismo. Nosso partido tem projeto eleitoral, projeto de abrir possibilidade de novas candidaturas, formar candidatos para futuros pleitos; não é esse pragmatismo para derrubar candidato A ou B. Estamos aqui para disputar a eleição", sustentou. 

Apesar de a postura do Psol ser mais programática, com foco em projetos, se mostrando muitas vezes refratário a alianças para não se afastar de seus ideais nem sempre levar à eleição de seus candidatos, Gilberto Campos falou que o partido não atua apenas com a perspectiva eleitoral. 

"O Psol não trabalha só com perspectiva de vencer eleição, mas no sentido de construir outra sociedade, outro modelo econômico, outra convivência. Nossa intenção é ter a possibilidade de apresentar nosso programa, nossos projetos à população. É importante ganhar eleição, mas é muito mais importante a possibilidade de dialogar e apresentar nossas propostas, principalmente em um momento em que o país está arrasado", assegurou. 

Ainda que tenha feito essas ponderações, Gilberto Campos se mostra confiante em uma vitória para a única vaga em disputa para o Senado nas eleições deste ano. Ele lembrou que, conforme levantamento da última pesquisa Ipec, divulgada no dia 2 de setembro, 75% da população ainda não sabia em quem votaria para senador.

Para o candidato, Rose e Magno Malta (PL) aparecem na frente nas consultas porque têm mais visibilidade por já terem ocupado o cargo e também porque dispõem de mais recursos para percorrer o Estado em campanha. Por outro lado, nas suas caminhadas, Gilberto Campos disse que as pessoas abordadas têm se mostrado surpresas em saber de outras candidaturas. 

"A disputa pelo Senado só se decide no último dia, isso é histórico. Se pegar os últimos pleitos, tivemos algumas surpresas de última hora. Estou confiante que isso possa acontecer de novo."

A caminhada política ainda esbarra em outros obstáculos. Gilberto Campos disse que, por reforçar seus posicionamentos de esquerda, tem sofrido ameaças, que já foram denunciadas. As redes sociais também foram invadidas e o candidato sofreu ataques racistas. Ele, contudo, afirmou que não se intimida e vai continuar na luta pelas pautas em que acredita. 

“É um direito nosso, é um direito da esquerda, direito de um homem negro disputar esse espaço de poder."

Gilberto Campos defende projeto de combate à fome com auxílio de 1 mil reais

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