O inspetor penitenciário Sóstenes Araújo, que havia sido nomeado para o cargo de assessor especial na Casa Civil do governo estadual, teve a nomeação cancelada. O assunto foi noticiado por A Gazeta em 20 de março. Segundo o Diário Oficial desta quarta-feira (5), o governo tornou nulo o decreto de nomeação dele.
Sóstenes é suspeito de participar de uma ação para orientar votos de detentos no Centro de Detenção Provisória da Serra (CDPS) em determinados candidatos nas últimas eleições.
Em outubro do ano passado, durante o período eleitoral, ele chegou a ser detido após resistir a uma abordagem por boca de urna. Em seu carro foram encontrados materiais de campanha do então candidato à reeleição ao governo do Estado, Renato Casagrande (PSB).
Sóstenes Araújo não ficou detido, pois a ação, embora tenha ocorrido durante uma abordagem por suspeita de boca de urna, foi registrada como desacato.
Além disso, no início deste ano, ele e mais quatro inspetores penitenciários da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) foram alvo de mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal. Eles são investigados por suspeita de terem coagido presidiários do CDPS para que votassem em determinados candidatos.
Por conta disso, foi aberto um processo administrativo disciplinar (PAD) contra os suspeitos, inclusive Sóstenes.
A Casa Civil é responsável pela articulação política do Estado com o Poder Legislativo e também no assessoramento direto do chefe do Executivo estadual, nesse caso, o governador Renato Casagrande.
Na ocasião da nomeação, em 20 de março, a pasta afirmou que o cargo de assessor era de "livre nomeação" e que não havia "qualquer óbice legal ou decisão em sentido contrário em desfavor do referido servidor".
A Casa Civil foi demandada novamente nesta quarta-feira (5) para falar sobre a anulação da nomeação, mas ainda não respondeu. Assim que houver retorno, este texto será atualizado
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