O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, que agora integra a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que ainda não sabe se voltará ao posto de titular da pasta no próximo governo Renato Casagrande (PSB), em 2023. Nos bastidores, ele é cotado para assumir um cargo em Brasília, no Ministério da Saúde, mas, para A Gazeta, disse que é apenas especulação.
"Essa questão de participar ou não no ministério (da Saúde) é especulação. Esse é um assunto que compete ao presidente e ao ministro da Saúde. A nossa torcida é para que ele acerte na definição do ministério, pra que a gente tenha condição de recuperar a liderança na coordenação nacional da saúde", apontou Nésio, que atualmente ocupa o posto de presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Desde outubro, quando entrou de férias no cargo de secretário, ele passa as semanas em Brasília, até então cumprindo as agendas do Conass e, a partir da próxima semana, oficialmente como membro da equipe de transição de Lula. Nésio seguirá sendo remunerado pelo governo estadual durante esse período.
"O presidente Lula já nos falou que incomoda muito a ele o tema do acesso à alta e média complexidade no SUS, da atualização da estratégia de enfrentamento à Covid e da cobertura vacinal. Nos pediu pra abordar com profundidade esses temas no documento de transição. Ontem foi entregue o primeiro relatório parcial ao presidente da República", apontou.
Outro foco, segundo ele, seriam as cirurgias eletivas. O Conass estima em 10 milhões o déficit de procedimentos durante a pandemia. São cirurgias que deveriam ter sido feitas, segundo as projeções para o período, mas não foram. Dessa forma, o governo brasileiro precisaria aumentar o número de procedimentos em 75% ano que vem para compensar essa perda.
Sobre sua manutenção no cargo de secretário estadual, ele disse que não teve definição por parte de Casagrande. Mas salientou que o projeto estadual para a área da Saúde construído até o momento é sólido, e deve continuar sendo executado independente de quem assuma a pasta.
"Fato concreto é que a agenda que tivemos na saúde foi de liderança de Casagrande. Não teríamos tomado as grande decisões que tomamos se o teto da gestão do SUS não fosse muito alto. Casagrande se apropriou das agendas e tem condições de preservar a continuidade independentemente da minha presença ou não na secretaria", afirmou.
Formado em Medicina em Cuba e filiado ao PCdoB, Nésio foi alvo de adversários do governador durante a campanha de reeleição de Casagrande. Os ataques tinham cunho ideológico, principalmente. Ele foi um dos protagonistas da gestão da pandemia de Covid-19 no Espírito Santo e, com o governador, sofreu críticas em relação às medidas adotadas.
Como apontou a colunista Letícia Gonçalves, alguns prefeitos, aliados do chefe do Executivo estadual, se insurgiram contra o secretário no segundo turno. Em seguida, ele saiu de férias.
O título foi alterado para melhor compreensão do assunto.
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