Após firmar um contrato que previa o pagamento de R$ 74.120 mensais por unidade para manter barreiras sanitárias contra o novo coronavírus no Espírito Santo, o governo do Estado anunciou nesta quinta-feira (23) um novo contrato e um novo valor: R$ 8 mil mensais por estrutura.
O valor global do contrato anterior era de R$ 4,4 milhões, contemplando dez barreiras por um período de seis meses. O valor total do novo contrato, que deve ser publicado nesta sexta-feira (23), não foi divulgado.
A contratação original, firmada no último dia 8 sem licitação, o que é permitido por lei durante a pandemia, gerou questionamentos, principalmente em relação ao valor do aluguel das tendas. A locação de uma tenda saía por R$ 20 mil mensais.
A Gazeta cotou preços com outras empresas do ramo e uma tenda do mesmo tipo fica em R$ 9 mil para compra e não aluguel. A locação sairia por cerca de R$ 950.
Em nota, o governo estadual informou que "após a nova cotação de preços, o contrato foi firmado no valor de R$ 8 mil mensais, contemplando toda a estrutura necessária para o funcionamento das barreiras incluindo tendas, fundo de palco, estande, tablado, grades de proteção, mesas de plástico, cadeiras plásticas e iluminação, além do transporte e instalação de todos os equipamentos".
Como o subsecretário de administração e financiamento de atenção à Saúde, Rafael Grossi, já havia informado à reportagem, o governo alega que os preços de mercado caíram após a contratação justamente porque tendas não têm sido muito requisitadas, dada a queda na realização de eventos devido à pandemia do novo coronavírus.
"No dia 13/04, o Sindicato de Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos em Geral do Espírito Santo (Sindiprom-ES) enviou correspondência ao governador do Estado informando que, em decorrência do desaquecimento no mercado devido ao adiamento de vários eventos, o Governo do Estado poderia encontrar propostas mais vantajosas. Assim que foi comunicado, o governador determinou ao CCC (Centro de Comando e Controle) que fizesse uma nova cotação de preços", diz a nota.
"No dia 17/04 foi aberto um novo processo de contratação, novamente de forma transparente e com toda lisura, que restou concluído nesta data (23/04/2020)", ressalta, ainda, o texto.
Após a divulgação da nota, o que ocorreu às 20h22, a reportagem de A Gazeta procurou a Secretaria de Estado da Saúde para saber se o valor de R$ 8 mil mensais contempla os mesmos itens constantes no contrato anterior, com o valor unitário, por barreira, de R$ 74.120, e o mesmo número de barreiras.
Não houve resposta até a publicação deste texto, mas ele será atualizado assim que houver novas informações.
A empresa anteriormente contrata foi a Play City Eventos, de Cachoeiro de Itapemirim. Não foi divulgado o nome da nova empresa contratada.
A reportagem entrou em contato com a Play City na tarde desta quinta. Uma pessoa que foi apresentada como representante da empresa, mas não quis informar o próprio nome também não deu mais detalhes sobre como chegou-se ao valor do contrato de R$ 4,4 milhões.
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