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Guerino eleva tom de discurso bolsonarista na disputa ao governo do ES

Guerino eleva tom de discurso bolsonarista na disputa ao governo do ES

Ex-prefeito de Linhares foi confirmado como candidato a governador neste domingo (31) em convenção partidária; entre suas declarações, disse que bandeira do país não será vermelha

Publicado em 31 de julho de 2022 às 17:50

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Convenção do PSD confirma o nome do ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon como candidato ao governo do ES
Convenção do PSD confirma o nome do ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon como candidato ao governo do ES. (Rodrigo Gavini)

Com voto já declarado em Jair Bolsonaro (PL) para a reeleição, o ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD) foi confirmado, neste domingo (31), como candidato ao governo do Espírito Santo com um discurso similar ao do presidente da República. Ele elevou o tom, chamando o atual governador Renato Casagrande (PSB) de comunista, convocou o público a derrotar a esquerda, no Brasil e no Espírito Santo, e declarou que a bandeira do país nunca será vermelha.

Na convenção do PSD que, por enquanto, reúne apenas dois pequenos partidos na coligação – DC e PMB – Guerino teve o nome homologado, mas não há definição sobre o vice na chapa, nem posição quanto à disputa pelo Senado.

O candidato disse que a definição deve sair até sexta-feira (5), último dia do prazo para as convenções. Registros de candidatura na Justiça Eleitoral, entretanto, podem ser feitos até o dia 15 de agosto. 

"Temos conversas em andamento com vários partidos. Hoje, confirmados, temos os que estavam aqui, a quem sou muito agradecido. Ainda estamos estudando a possibilidade de coligações", afirmou Guerino.

DERROTAR A ESQUERDA

Sem nomes para anunciar na composição da chapa, adotar o discurso bolsonarista foi a estratégia. Em um salão lotado de militantes, no Centro de Convenções de Vitória, o candidato começou falando da família e da trajetória política, criticou a gestão de Renato Casagrande (PSB), mas foi nos momentos em que subiu o tom nas declarações, contra a esquerda e a favor de Bolsonaro, que conseguiu maior adesão do público, com gritos e palmas.

"Acabou o ciclo no Estado e no Brasil dessa esquerda vergonhosa. Nosso governador socialista, comunista, está juntando todas as forças econômicas para lhe dar sustentação. Vamos ter, no Espírito Santo, Bolsonaro e Guerino juntos. Os valores da família e da pátria não vamos entregar a esses comunistas, não vamos! Nossa bandeira é verde, amarela, azul e branca; a estadual, azul, rosa e branca. Nossa bandeira nunca foi vermelha e nunca será", declarou Guerino, insuflando o público. 

Nacionalmente, entretanto, o PSD não tem essa aversão à esquerda – já esteve, inclusive, em gestões do PT no governo federal. Em Minas Gerais, os dois partidos firmaram aliança para a disputa deste ano. Guerino, por sua vez, descarta qualquer aproximação. 

"Não milito com a esquerda. Nunca militei e não vou militar agora. Eu não sou homem de ter uma cara e praticar outra, não. Temos linha, nosso histórico mostra que a gente sempre teve uma direção em favor da família, do progresso, respeitando as diferenças. A minha condução, e de todos a quem eu puder pedir no Estado, é manter o presidente Jair Messias Bolsonaro e derrotar esse governo socialista do Estado do Espírito Santo."

ALIANÇAS

Questionado sobre os partidos com os quais negocia, Guerino não quis se antecipar. Depois, perguntado especificamente sobre o Republicanos, já que o secretário-geral do partido, Devanir Ferreira, esteve na convenção do PSD, o candidato disse que o diálogo com a legenda é antigo. O prefeito de Linhares, Bruno Marianelli, que era vice e o sucedeu para que pudesse concorrer ao governo, é da sigla. 

"Tenho certeza que as portas do Republicanos estão abertas para a gente entrar e conversar. Se vai ser possível o acordo, durante a semana vai ser divulgado," ressaltou Guerino. 

O Republicanos não foi o único partido não coligado que compareceu à convenção do PSD. Tesoureiro do PL estadual, Carlos Salvador compôs a mesa e, em seu discurso, frisou que é preciso mudar o Estado para melhor. O partido tem candidatura própria ao governo, encabeçada pelo ex-deputado federal Carlos Manato.

Do evento ainda participaram o deputado federal Evair de Melo (PP), cujo partido declarou apoio à reeleição de Casagrande, e do ex-deputado federal Lelo Coimbra (MDB), legenda que oficialmente também está na aliança com o socialista. 

"Tenho um projeto com Guerino que não é de hoje. Mais de um ano e meio que estamos conversando para apresentar uma alternativa para o Espírito Santo. Guerino está preparado e é o grande nome para assumir o governo do Estado. Independentemente de questões partidárias, precisamos de alguém capacitado", argumentou Evair.  

O deputado federal disse ainda que a sua posição não é sinal de crise no PP e que todos sabiam de seu alinhamento, até pela proximidade com Bolsonaro. "Respeitei a todo instante a negociação da maioria do partido e o partido está me respeitando também. Não tem traição, nada estremecido", acrescentou. 

Assim como o PP, apesar de o MDB compor a coligação de Casagrande com a candidatura de Rose de Freitas ao Senado Federal, Lelo Coimbra assegurou que boa parte dos emedebistas vai seguir com Guerino na disputa para o governo do Estado. 

"A história do Guerino sempre foi no MDB. Essa base do MDB o conhece, o acompanha e ele sempre esteve ao lado das articulações que o MDB fez. Guerino saiu do MDB, mas o MDB de fato, o que está em cada município, não saiu do Guerino. Muita gente do partido vai estar caminhando com ele porque entende que esse projeto era para ser feito dentro do MDB, com essa aliança que está posta", pontuou. 

Lelo falou que pretende ajudar a campanha de Guerino Zanon reunindo aliados do MDB e também de fora do partido para levar o candidato do PSD ao segundo turno com Casagrande. 

APOIO DE BOLSONARO

Apesar de Guerino exaltar Bolsonaro, o presidente da República é do PL e, portanto, tem Manato como concorrente do partido no Estado. Ainda assim, o candidato do PSD espera colher frutos desse apoio. 

"O presidente não levantou a mão de qualquer candidato. Ele está respeitando todas as forças que contribuem para sua reeleição. Fui eleitor dele em 2018 e, mesmo se não tiver o apoio institucional e político dele, pode ter certeza que a minha linha não mudará. Eu acredito no projeto que a gente está defendendo, que é derrotar a esquerda mais uma vez em nível federal e derrotar a esquerda aqui no Estado do Espírito Santo."

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