O candidato do PSD ao governo do Estado, Guerino Zanon, destacou sua intenção de investir em projetos sociais e políticas voltadas para a população mais pobre do Estado, além de fazer investimentos para igualar o Sul ao Norte do Estado em termos de atração de negócios. As propostas foram feitas durante sabatina promovida por A Gazeta e pela CBN Vitória nesta quarta-feira (21).
Terceiro entrevistado da série de sabatinas com os candidatos a governador realizada ao longo desta semana, Guerino fez várias críticas à atual gestão do governo do Estado, afirmou que acredita no projeto que o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), defende para o Brasil e quer a implantação de um “projeto conservador para o Espírito Santo”.
Sempre citando sua atuação como prefeito de Linhares, cidade que comandou por cinco mandatos, Guerino falou sobre políticas adotadas em suas gestões para diminuir o número de homicídios de jovens, por exemplo. Ele mencionou a realização de diversas ações na área social, como educação, assistência social e qualificação de jovens, para reduzir a criminalidade e disse que, se eleito, pretende fazer o mesmo no Estado.
"É realmente abraçar os mais humildes, abraçar a nossa sociedade, investir nas políticas públicas, na qualificação dos nossos jovens. É isso o que nós vamos fazer. Vamos mudar essa realidade dos presídios e das ruas que a gente vê hoje. (...) Eu quero ser um governador que as ações sociais estarão presentes antes de a polícia chegar", prometeu.
Confrontado com o fato de que Linhares tem uma das maiores taxas de homicídios do Espírito Santo, o candidato atribuiu isso ao crescimento do número de moradores do município em uma taxa que equivale a quase o dobro do Estado. Ele acrescentou que a realização de investimentos na cidade também atraiu muitas pessoas de outros Estados.
Ainda em relação a investimentos, o candidato disse que pretende fazer o Sul do Espírito Santo voltar a ter protagonismo. E citou que, há algumas décadas, a cidade de Cachoeiro de Itapemirim era quase tão famosa quanto a Capital, enquanto hoje os municípios do Norte capixaba ganharam mais destaque.
Para resolver a situação, ele afirmou que vai propor uma política especial para os municípios do Sul, com recursos estaduais, similar à Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), autarquia federal que abrange os municípios do Norte e Noroeste do Espírito Santo.
Para gerar oportunidades para o Sul do Estado, o candidato pretende usar recursos do Fundo Soberano, atualmente com R$ 1 bilhão, e "até recurso da conta movimento" do caixa estadual. "Gerando oportunidades, eu vou movimentar a economia, criar empregos e gerar novas divisas para o Espírito Santo. É assim que nós vamos fazer e avançar na questão da logística”.
Já em relação ao combate à pobreza, o candidato voltou a falar da sua proposta de ICMS social, pela qual pretende devolver às famílias registradas no CadÚnico o valor pago em ICMS nos itens da cesta básica.
Questionado sobre de onde tiraria recursos para essa despesa, uma vez que também prometeu melhorar os salários das forças de segurança pública, como policiais e delegados, e diante da queda na arrecadação estadual com a redução da alíquota do ICMS para telefonia, energia elétrica e telecomunicações, o candidato disse que seus cálculos indicam que gastaria apenas 0,17% da arrecadação de ICMS com a proposta do ICMS social.
Na avaliação de Guerino, com o ICMS social a família vai voltar a comprar com o dinheiro que receber de volta e isso vai fazer a indústria produzir mais, gerar receita, empregos e fazer “a roda girar”. Ele aproveitou o tema para criticar a atual gestão do governador Renato Casagrande (PSB), diante do número de moradores capixabas que estão em situação de pobreza.
“O mais importante é que nós estamos colocando um dinheirinho para que as famílias possam aumentar o quantitativo de comida e melhorar essa qualidade. Estamos colocando comida no prato de quem tem necessidade, para a gente sair dessa situação vergonhosa que esse governador candidato à reeleição está deixando o Estado”.
Ele acrescentou que o Estado tem dinheiro, mas não pode gastar mal. Para exemplificar, mencionou as investigações da Operação Volátil, que apontaram compra de álcool em gel em valor acima do mercado, e a prisão do ex-secretário estadual da Fazenda Rogélio Pegoretti por suspeita de participar de fraude milionária no Espírito Santo.
Durante a entrevista, o candidato fez duras críticas ao MDB, partido ao qual foi filiado por 26 anos e que deixou em abril deste ano para disputar o governo do Estado. Ele disse que “o MDB é um partido de aluguel”, que está “onde pagam mais” e que, embora tenha uma história na defesa da democracia tanto no Estado quanto no Brasil, “está do lado da esquerda hoje”.
"Fui do MDB que acredita numa gestão de verdade e não esse MDB que está aí, que se vende atrás de um projeto que pode ser vencedor”. O MDB é comandado no Estado pela senadora e candidata à reeleição Rose de Freitas.
“Fiquei muito sentido quando me foi arrancada a possibilidade de disputar essa eleição pelo meu MDB. Venderam o MDB. Infelizmente, no momento atual, o MDB é um partido de aluguel. Precisei sair do MDB dentro do projeto de disputar o governo e fui buscar uma sigla que me dava condições com tempo de televisão e que me dava liberdade de escolher o candidato a presidente que eu mais me identifico”, frisou.
O candidato do PSD fez questão de ressaltar, ao longo de uma hora de sabatina, sua identificação com o projeto do atual presidente da República. Ele garantiu que não se trata de estratégia de marketing, pois sempre foi conservador, e que não está substituindo um possível apoio do ex-governador Paulo Hartung (sem partido) pela defesa do bolsonarismo. Ele disse que vai buscar o voto do ex-governador, de quem é aliado histórico, mas que se posiciona contra o atual presidente.
“Não estou muito interessado se o Paulo (Hartung) está apoiando A ou B. Sei do que eu acredito. Eu acredito no projeto que o atual presidente Jair Bolsonaro defende. Votei nele em 2018 e vou repetir o meu voto em 2022 nele. Acredito no projeto conservador, na manutenção do projeto conservador no Brasil e na retomada ou implantação do projeto conservador para o Espírito Santo”, pontuou.
Guerino Zanon foi o terceiro entrevistado da série de sabatinas. As entrevistas começaram na segunda-feira (19), com Renato Casagrande. Na terça-feira (20) foi a vez de Manato (PL) e seguem nesta quinta-feira (22), com Audifax Barcelos (Rede). Na sexta (23) será a vez do Capitão Vinicius Sousa (PSTU).
A ordem foi definida pela colocação nos candidatos na sondagem estimulada de intenção de votos da última pesquisa Ipec, divulgada no dia 2 de setembro por A Gazeta. Os candidatos Aridelmo Teixeira (Novo) e Cláudio Paiva (PRTB), que não estavam entre os cinco mais bem colocados, mas pontuaram, vão participar de uma entrevista com duração de cinco minutos, cada, a ser veiculada no sábado (24) na rádio e no site.
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