A disponibilidade de recursos no caixa do governo do Estado e a lentidão em obras de infraestrutura foram questões pontuadas pelos candidatos a governador durante o debate realizado nesta quinta-feira (29) por A Gazeta e CBN Vitória.
Frases como “dinheiro tem” e “dinheiro não falta” foram usadas diversas vezes pelos candidatos ao governo do Estado para se referir aos recursos que a atual gestão dispõe. No entanto, não houve consenso entre os números citados.
Indagado pela colunista de A Gazeta Letícia Gonçalves sobre quanto custaria para cumprir todas as suas promessas de campanha e de onde sairiam os recursos, o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos (Rede) reafirmou o seu mantra da disputa eleitoral: “Tem dinheiro sobrando, sim”. Porém agora, segundo ele, não são mais R$ 6 bilhões, como vinha afirmando ao longo de toda a campanha, mas R$ 7 bilhões em caixa.
Já o ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD) foi além do valor citado pelo concorrente. De acordo com ele, esse valor chega a R$ 10 bilhões, se considerar os recursos dos fundos, numa possível referência a dinheiro carimbado, que só pode ser destinado à área prevista em lei, como os fundos para as áreas da saúde e da educação.
“Foi feito um pacto com a elite política guardando R$ 6 bilhões, mas eu aumento esse valor para R$ 10 bi, se olharmos o dinheiro que existe nos fundos, para entregar agora para deputados, prefeitos e tentar manter o condomínio de poder no Palácio Anchieta”, atacou o candidato do PSD.
O ex-prefeito de Linhares ainda citou os recursos do Fundo Soberano e acusou o atual governo de guardar R$ 1,5 bilhão enquanto “tem gente passando fome”.
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Candidato à reeleição, o governador Renato Casagrande (PSB) rebateu os adversários fazendo “um alerta à sociedade capixaba”. “Cuidado, estão de olho no seu dinheiro, porque dinheiro do governo do Estado é dinheiro da população, não é dinheiro do governador. Estão de olho no seu dinheiro”, disse.
Casagrande ainda rebateu Audifax sobre guardar recursos em caixa. Ele afirmou que o adversário que tanto o questiona sobre o assunto deixou um percentual superior ao que o Estado teria disponível, atualmente, ao final do último mandato de prefeito da Serra, em 2020.
“Ele deixou no caixa da Serra perto de R$ 500 milhões, 43% da receita corrente líquida. Eu tenho hoje 31% da receita corrente líquida”, acrescentou o candidato do PSB.
Esses números citados no debate ainda serão alvo de checagem da equipe de A Gazeta.
Outro ponto de confronto entre os candidatos ao governo do Estado durante o debate foi a lentidão e a falta de conclusão de obras de infraestrutura na atual gestão.
Ao questionar Audifax sobre mobilidade, Guerino recordou que as obras do BRT e do aquaviário não foram concluídas, embora fossem promessas do primeiro mandato do atual governador. O candidato da Rede prometeu rever algumas obras e dar agilidade a outras, como as da Avenida José Sette, em Cariacica, e da reta do antigo aeroporto, atual Rodovia das Paneleiras, entre Vitória e Serra.
Já Manato disse que não deixaria a Eco101 ir embora, em referência à desistência da empresa da concessão da BR 101. Ele ainda defendeu o diálogo com o governo federal para resolver alguns gargalos, além de conversas com prefeitos para melhorar a mobilidade urbana, citando nominalmente o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que faz oposição a Casagrande. Ele prometeu uma passagem de nível entre as avenidas Adalberto Simão Nader e Fernando Ferrari.
O candidato do PL também citou a demora nas obras rodoviárias entre as cidades de Rio Bananal e Linhares e Colatina a Linhares, que estão “com duas pessoas trabalhando”.
Casagrande afirmou que, mesmo durante a pandemia, foram feitos diversos investimentos em infraestrutura no Espírito Santo. Segundo ele, foram realizadas obras na Avenida Leitão da Silva e o Portal do Príncipe, em Vitória, além de estar em execução a Reta do Aeroporto, a ampliação da Terceira Ponte, a Abido Saad e Contorno de Jacaraípe, na Serra, e a macrodrenagem de Vila Velha, além de obras de saneamento básico em todos os municípios.
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