O presidente Lula (PT) comparou o governo Jair Bolsonaro (PL) a "uma praga de gafanhotos", disse que houve corrupção no governo anterior e citou as investigações relacionadas a suspeitas de fraude no cartão de vacina do ex-presidente, alvo de investigação da Polícia Federal.
"Agora, [Bolsonaro] está dentro de casa com o rabinho preso. Está prestando depoimento. Ele vai saber o quanto foi ruim para ele mentir quando estava no governo. Até o cartão de vacina ele falsificou", disse o petista nesta sexta-feira (12) em lançamento do programa Escola em Tempo Integral em Fortaleza.
Na sequência, o petista criticou governo anterior pela condução da pandemia de Covid-19, disse que cerca de 300 mil brasileiros morreram com a doença por causa da inação do governo e voltou a desaprovar Bolsonaro
"Imagine que qualidade de presidente da República com uma pandemia matando 700 mil pessoas e ele falsificou o seu cartão de vacina", afirmou Lula em discurso.
O presidente ainda fez referências aos ataques golpistas de 8 de janeiro que resultaram na depredação do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. Chamou Bolsonaro de antidemocrático e defendeu respeito à democracia.
"Tem muita gente presa e eles vão aprender uma lição: se querem governar esse país, não deem golpe. Disputem as eleições da forma mais honesta e aguardem o resultado das urnas."
O presidente voltou a criticar a privatização da Eletrobras e relacionou o governo Bolsonaro com investigações de suspeitas de corrupção? "Ele [Bolsonaro] dizia que era honesto, vamos ver o que é corrupção agora com a turma dele".
Mais tarde, em uma solenidade no Crato (402 km de Fortaleza), Lula voltou a atacar Bolsonaro. Sem citar o nome do adversário, o presidente disse que estava no Ceará para anunciar a retomada de obras de escolas e creches iniciadas nas gestões petistas "que o homicida que governou este país não concluiu".
Em Salvador, na quinta-feira (11), Lula havia já havia associado Bolsonaro a suspeitas de corrupção e afirmou que um imóvel milionário pertencente à família do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, na verdade poderia ser do ex-presidente.
No final da tarde desta sexta, Bolsonaro publicou um vídeo em suas redes sociais afirmando que que vai mover uma ação criminal e uma cível contra Lula pela afirmação que o relacionou às mortes na pandemia e por ter sugerido que ele seria dono do imóvel da família de Mauro Cid.
"São absurdos. Ele não pode continuar falando mentiras à vontade e não ser incomodado por praticamente ninguém. Nós faremos a nossa parte e tenho certeza que a Justiça fará a sua", afirmou o ex-presidente.
Carregando post do Twitter
Lula participou no Ceará de eventos de lançamento do programa Escolas de Tempo Integral e do Pacto Nacional pela Retomada de Obras Escolares acompanhado do ministro da Educação, Camilo Santana (PT) e o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT).
O ato realizado pela manhã foi no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. Professores e sindicalistas aproveitaram a presença de Lula e do ministro da Educação para fazer um protesto com demandas para o setor. O grupo exibiu placas que pediam respeito ao piso salarial da educação, mais dinheiro para o setor e a revogação do novo ensino médio.
O evento contou com a presença de estudantes e professores da rede estadual e municipal de ensino, juntamente com líderes de centrais sindicais e movimentos sociais.
Dentre eles estava um grupo de militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que nesta quinta (11) não participou de um ato com Lula em Salvador. A entidade argumentou que foi barrada do ato pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que nega o veto.
Da capital cearense, Lula seguiu para o Crato, terra natal do Ministro da Educação, Camilo Santana. O presidente assinou a Medida Provisória que cria o Pacto Nacional Pela Retomada de Obras da Educação Básica. A medida, conforme o governo, deve gerar investimentos de R$ 3,5 bilhões até 2026.
Os recursos serão destinados à retomada de cerca de quatro mil obras de infraestruturas em equipamentos educacionais, como creches e escolas, por exemplo, que estão paralisadas ou inacabadas com a criação de ao menos 400 mil novas vagas de ensino na rede pública.
O ensino em tempo integral é uma das principais bandeiras da gestão do ministro Camilo Santana, que foi governador do Ceará entre janeiro de 2015 e abril de 2022. O estado é considerado exemplo na educação básica, com resultados acima da média nacional.
No Ceará, o programa de escola em tempo integral deve atingir este ano mais de 70% da rede de escolas estaduais, segundo dados do Governo do Estado. Ao todo, serão 472 escolas com jornada ampliada de nove horas distribuídas em 165 municípios.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta