Luiz Inácio Lula da Silva (PT) superou o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), na disputa do segundo turno das eleições e vai exercer pela terceira vez o mandato na Presidência da República. No Espírito Santo, o governador Renato Casagrande (PSB) derrotou Carlos Manato (PL) e também alcançou o direito de comandar o Estado pela terceira vez.
Casagrande teve 53,8% dos votos válidos, com 1.171.288 votos. Derrotado, Manato obteve 46,2%, sendo escolhido por 1.006.021 eleitores. A diferença entre os dois foi de mais de 165 mil de votos. A apuração foi encerrada no Estado às 19h10.
Ao todo, compareceram às urnas 2.318.350 eleitores no Estado. Para governador, 1,99% votaram em branco (46.259 votos) e 4,09% anularam (94.782 eleitores). A taxa de abstenção foi de 20,55%, totalizando 599.513 eleitores que deixaram de votar neste segundo turno.
O resultado acompanha os números apresentados pelas últimas pesquisas do Ipec, que apontaram a vitória de Casagrande por 53% dos votos válidos contra 47% de Manato, com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Natural de Castelo (ES), Renato Casagrande, de 61 anos, é formado em Engenharia Florestal e Direito. Foi senador, deputado federal, vice-governador e deputado estadual.
Em 2010 e 2018 foi eleito governador do Espírito Santo. Também já atuou como secretário de Estado de Agricultura, secretário municipal de Meio Ambiente da Serra e secretário municipal de Desenvolvimento Rural do município de Castelo.
Essa foi a primeira eleição no Espírito Santo que foi para o segundo turno depois de 28 anos. A última eleição vez havia sido em 1994, quando Vitor Buaiz (PT) foi para a disputa em segundo turno com o deputado Cabo Camata (PSD).
O segundo turno da eleição para o governo do Estado foi marcado por confrontos entre os dois candidatos. A campanha teve uma mudança de tom, passando a ser focada na troca de acusações entre os candidatos.
Casagrande defendeu que o Estado não poderia voltar à época em que o crime organizado dominava os poderes. E apontou na campanha eleitoral, por meio de declaração de apoiadores, que seu adversário Manato integrou a Scuderie LeCoq, um dos principais grupos de extermínio a agir no espírito santo.
O atual governador também acusou Manato de envolvimento na greve da PM em 2017.
Já Manato fez críticas a Casagrande durante os programas lembrando dos casos de prisão de membros da equipe como o ex-secretário da Fazenda e um subsecretário a respeito de uma investigação de fraude na compra de álcool em gel.
Após 12 anos do fim do seu segundo mandato, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito em uma disputa acirrada com Bolsonaro (PL). Com 99,74% das urnas apuradas, o petista registrava 50,89% dos votos válidos, ante 49,11% do atual presidente.
Lula atingiu a marca histórica de 60.173.724 votos de votos, a maior votação alcançada em uma disputa presidencial. O recorde anterior era dele mesmo, 58,1 milhões, registrada em 2006. Bolsonaro chegou a 58.079.009 votos.
Com a vitória, Lula vai se tornar o primeiro político a exercer um mandato de presidente por três vezes no Brasil — antes, fora eleito em 2002 e reeleito em 2006. Ao mesmo tempo, Bolsonaro é o primeiro presidente a não conseguir se reeleger, desde que isso passou a ser possível, a partir do pleito de 1998.
Desde o início da corrida eleitoral, os dois protagonizaram a disputa que acabou ficando para ser decidida no segundo turno. Mas Lula sempre liderou as intenções de voto das principais pesquisas eleitorais pelo país. Ele vai assumir a presidência no dia 1° de janeiro de 2023 para um mandato de quatro anos, até 2027.
Após o primeiro turno, Lula conquistou apoio de Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar na disputa presidencial no primeiro turno, e também do PDT, partido de Ciro Gomes, quarto colocado na corrida eleitoral. Os dois juntos reuniram 8,5 milhões de votos no primeiro turno. Lula também conquistou apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
A campanha do segundo turno foi marcada por batalha nas redes sociais, “guerra santa” e pedidos de direito de resposta e trocas de acusações entre os adversários.
Entre os temas mais recorrentes nas declarações dadas durante debates, entrevistas, horário eleitoral, eventos de campanha e redes sociais estão: corrupção, fome, transposição do rio São Francisco, desmatamento da Amazônia, Auxílio Brasil e acesso ao ensino superior.
Os dois adversários também se envolveram em embate que envolveu temas como satanismo, canibalismo e pedofilia.
No domingo anterior à eleição, o ex-deputado Roberto Jefferson foi preso após resistir a uma ordem de detenção decretada pelo Supremo Tribunal Federal. Antes, ele jogou granada e atirou com fuzil contra agentes da Polícia Federal, ferindo dois.
A manobra mais recente da equipe de Bolsonaro foi tentar tumultuar o pleito alegando que rádios do Norte e Nordeste do país teriam deixado de veicular a propaganda eleitoral de Bolsonaro e chegaram a pedir adiamento das eleições.
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