O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) disse, em entrevista ao Estadão publicada domingo (16), que é a favor de que políticos de esquerda busquem o ajuste fiscal como forma de obter “resultados efetivos” na administração pública. O assunto é espinhoso para partidos como o dele e para o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atualmente às voltas com cobranças para entregar um maior equilíbrio nas contas do governo.
“Frequentemente há especulação de que existe uma disputa interna no governo entre quem quer gastar mais e quem não quer gastar. Este é um sinal ruim, que demonstra que não tem uma unidade de ação do governo. E isso passa uma mensagem, para um setor da sociedade, que não há preocupação com as contas públicas e com a busca do equilíbrio nas contas públicas. Sinto que isso tem afastado pessoas que estiveram com o presidente Lula do apoio ao governo federal”, afirmou Casagrande ao Estadão.
O governador, que integra a base aliada do presidente, também disse, na entrevista, que Lula deve apostar no ajuste como forma de reconquistar aliados que já estiveram no lado dele contra adversários à direita. Casagrande ainda defende que o presidente insista na aproximação com segmentos da sociedade mais conservadores, cada vez mais representativos no Congresso e na política. Ele prevê que a onda conservadora deverá prosseguir tanto nas eleições municipais deste ano quanto em 2026.
“Lula não precisa de uma agenda de esquerda. Tributação de grandes fortunas? Poderia ser um tema, mas não vai entrar. O presidente tem que ir conduzindo no dia a dia, focando na agenda econômica e nas necessidades do governo, compreendendo que esta é a realidade agora e que será a realidade daqui para frente”, afirma.
A reportagem destaca que o "o governador administra um Estado pequeno, mas que lançou nomes ao cenário federal identificados com a defesa da responsabilidade fiscal, como o ex-governador Paulo Hartung, hoje na iniciativa privada, e a ex-secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, hoje executiva do Santander".
Na avaliação dele, ainda segundo a matéria do Estadão, o ajuste pode e deve ser feito também pelo lado das despesas.
“São resultados objetivos, efetivos. A partir da hora que você conquista esse equilíbrio, você transforma isso em resultado político. Os partidos progressistas precisam enfrentar esse debate, não pode ser essa a marca dos partidos de esquerda”.
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