A maioria dos deputados federais do Espírito Santo se posiciona contra o resultado do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que definiu que réus só podem cumprir pena após o fim de todos os recursos, o chamado trânsito em julgado. Para eles, o entendimento anterior, que permitia a prisão após condenação em segunda instância, é o que deveria ser aplicado no país. Por conta disso, a maioria afirma que pretende apoiar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tramita na Câmara, para alterar este ponto na Constituição. No Senado, uma outra PEC sobre o tema também pode entrar em pauta.
O texto, de autoria do deputado Alex Manente (Cidadania-SP), propõe alterar o inciso 57 do artigo 5º da Constituição, que diz que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". O novo texto seria: "ninguém será considerado culpado até a confirmação de sentença penal condenatória em grau de recurso". Ele começou a ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e já recebeu parecer favorável da relatora. No entanto, ainda é alvo de divergências jurídicas, pois há quem considere que a PEC quer alterar uma cláusula pétrea, ou seja, um dispositivo da Constituição que não pode ser modificado. Manente, autor da matéria, afastou esta tese. "O núcleo essencial do princípio de inocência se mantém, continua soberano. Estamos é limitando até onde vai esse princípio, que vai até julgamento de órgão colegiado", afirma.
No Espírito Santo, de acordo com do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP), a decisão do STF pode afetar potencialmente 127 réus que estavam presos.
A deputada Norma Ayub (DEM) não deu retorno à reportagem.
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