As urnas não foram generosas com oito dos 11 deputados estaduais que disputaram prefeituras em municípios do Espírito Santo. Eles tentaram ser eleitos em Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Linhares. Apesar da derrota, não têm muito o que perder. Eles foram eleitos em 2018, assumiram o mandato no início de 2019 e agora continuam nas cadeiras de deputado estadual até 31 de janeiro de 2023. A maioria não se licenciou para fazer campanha, tentando conciliar as duas agendas: a de candidato e a de deputado.
Seguiram para o segundo turno apenas os deputados Euclério Sampaio (DEM), que concorre em Cariacica, e Lorenzo Pazolini (Republicanos), que disputa em Vitória. Ambos foram os mais votados em cada município. Em comum também têm o partido adversário. Euclério vai enfrentar Célia Tavares e Pazolini, João Coser. Célia e Coser são filiados ao PT.
Dos 11, apenas um já saiu vencedor: Enivaldo dos Anjos (PSD). O deputado vai deixar seu quinto mandato na Assembleia para assumir a Prefeitura de Barra de São Francisco, a qual conquistou com mais de 15 mil votos, 69,07% dos votos válidos. Quem assume a vaga no parlamento é o 1º suplente, o ex-deputado estadual Luiz Durão (PDT). Durão chegou a ser preso em flagrante em 2019, acusado do crime de estupro, mas foi absolvido em segunda instância na última quarta-feira (11).
A Serra foi a cidade mais disputada por parlamentares estaduais. Concorreram lá Vandinho Leite (PSDB), Alexandre Xambinho (PL) e Bruno Lamas (PSB), nenhum foi para o 2º turno. O vereador Fabio Duarte (Rede), candidato apoiado pelo atual prefeito, Audifax Barcelos (Rede), enfrenta no próximo dia 29 o deputado federal Sergio Vidigal (PDT).
Vandinho recebeu 35.838 votos (16,87%). Xambinho teve 11.931 (5,62%) e Bruno Lamas, 10.899 (5,13%). Bruno foi o único parlamentar que pediu licença para se dedicar à campanha.
Hudson Leal (Republicanos) foi o único deputado estadual que concorreu à Prefeitura de Vila Velha. Durante a pré-campanha, e até nas convenções partidárias, seus colegas de Assembleia Dr. Hércules (MDB) e Rafael Favatto (Patriota) também se colocavam na disputa, mas as candidaturas acabaram não se confirmando. Hudson, no entanto, não teve o apoio de nenhum dos dois companheiros de Casa, que optaram por ficar com Neucimar Fraga (PSD). Neucimar ficou em 3º lugar na disputa.
Hudson acabou em 6º, com 6.499 votos, o que representa 3,2% dos votos válidos.
Quem acompanha as sessões da Assembleia Legislativa pode perceber que, por mais que em alguns momentos os deputados discordem e se ataquem, no geral o clima é amistoso. Mesmo em momentos de tensão, os parlamentares se dirigem uns aos outros como "vossa excelência" e é comum ver piadas e brincadeiras que rendem risadas de todos, independentemente do espectro político.
O clima não foi o mesmo entre os deputados que disputavam a Prefeitura de Vitória durante a propaganda de TV e rádio. Pazolini (Republicanos) e Gandini (Cidadania), que não tinham embates marcantes no plenário, trocaram farpas e acusações durante a campanha eleitoral, ainda que não no parlamento.
A disputa foi acirrada até o final. Pazolini foi para o segundo turno com 53.014 votos (30,95%) e Gandini, com 36.172 (21,12%) acabou ficando fora da disputa. Quem enfrenta Pazolini na segunda etapa é o ex-prefeito João Coser (PT).
Quem também concorreu na Capital foi o deputado Capitão Assumção (Patriota). Colocando-se como o candidato bolsonarista na disputa, ele teve 7,22% dos votos válidos, somando 12.365 votos.
Houve, ainda, deputados concorrendo em outros municípios. Carlos Von (Avante) tentou pela terceira vez conquistar o cargo de prefeito de Guarapari, mas perdeu para o atual prefeito, Edson Magalhães (PSDB). Edson teve 23.068 votos (36,76%) e Von, 20.453 (32,60%). O parlamentar também concorreu em 2012 e 2016. Em 2016, perdeu por 154 votos.
Já em Linhares, Marcos Garcia (PV) entrou na corrida pela prefeitura da cidade, mas o atual prefeito, Guerino Zanon (MDB), que já despontava como favorito, venceu com 54,44% dos votos.
Marcos Garcia teve pouco mais de 7 mil votos (9,4%). Foi a primeira vez que ele disputou a prefeitura.
A deputada federal Norma Ayub (DEM) também não conquistou a prefeitura de Marataízes. Foi a primeira vez que ela concorreu ao cargo de prefeita no município, mas não a primeira experiência disputando prefeituras. Ela foi prefeita de Itapemirim, outra cidade do Sul do Estado, por dois mandatos (2004 a 2012) e em 2016 tentou voltar ao cargo, sem sucesso.
Casada com o deputado estadual Therodorico Ferraço (DEM), que tem grande influência na política da região, a candidatura de Norma não engatou e ela ficou em 3º lugar na disputa, com 5.421 votos (23,05%). A eleição, inclusive, não teve um bom resultado para Ferraço. Seu apadrinhado político Diego Libardi (DEM) também perdeu em Cachoeiro de Itapemirim, onde teve 17,74% dos votos.
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