O movimento de partidos e candidatos para convencer a Justiça Eleitoral a permitir propaganda eleitoral na TV na cidade sofreu um novo revés, que partiu das próprias siglas. Várias legendas desistiram do pedido, alegando que a mudança, em cima da hora, não seria benéfica. A campanha eleitoral começa em três dias e a transmissão nas telas ocorre a partir de 9 de outubro onde há sede de emissora. Na Serra não há, mas 18 partidos enviaram um ofício à Corte solicitando transmissão lá, a partir de emissora sediada na Grande Vitória.
Até a noite desta quarta-feira o número de legendas favoráveis havia caído para 14 e, durante uma reunião realizada nesta quinta-feira (24) entre o TRE, as emissoras de TV e os líderes estaduais dos partidos, mais duas siglas "trocaram de lado." Estiveram presentes 18 legendas, destas, apenas seis se posicionaram a favor da propaganda local: Rede, Podemos, PMN, Patriota, Republicanos e PSOL.
Mudaram de posição o PT e o PROS. As siglas haviam se posicionado a favor da mudança em ofício enviado à Justiça Eleitoral, mas durante a reunião, representados por integrantes dos diretórios estaduais, disseram ser contra a alteração. O motivo seria a decisão em cima da hora e a indisponibilidade de recursos. O PROS, no entanto, sugeriu que as emissoras façam, pelo menos, um debate com todos os candidatos do município.
A motivação, no entanto, pode ser o jogo político das coligações. O PROS integra a coligação do PSDB na cidade, que desde o início se posicionou contra a propaganda e tem como candidato a prefeito o deputado estadual tucano Vandinho Leite. O PT, que retirou a candidatura de Fernanda Souza, ainda não anunciou se vai integrar a coligação da Rede ou a do PDT, mas a "mudança de lado" pode indicar uma decisão. O PDT está contra a propaganda enquanto a Rede segue sendo a favor.
Além de PT e PROS, votaram contra a propaganda local PDT, DEM, PSDB, PMB, PSD, PTB, PSL, MDB e PSC. Os demais partidos não participaram do encontro, realizado de forma virtual.
Quem é favorável alega que a mudança poderia "democratizar o acesso à informação", já que nem todos os serranos têm acesso à internet e, com a pandemia, os candidatos terão que reduzir a campanha de rua. Já os que são contra alegam que está "tarde demais" para alterar a forma de fazer campanha e que com o alto custo das produções de TV, ficaria inviável refazer o planejamento orçamentário.
O relator do caso, juiz Ubiratan Almeida Azevedo, ainda não bateu o martelo. A definição, de acordo com o próprio magistrado, deve sair ainda nesta quinta (24) ou sexta-feira (25).
Enquanto na Serra partidos trocam de lado e a decisão segue indefinida, em Cariacica 17 partidos assinaram uma petição que foi protocolada na Justiça Eleitoral nesta quarta-feira (23) pedindo a transmissão de propaganda local na TV. Até o momento, nenhum partido se movimentou para tentar impedir a mudança.
Diferentemente do posicionamento na Serra, foi o PROS que convocou as demais legendas para uma reunião, que resultou na petição. Por lá, como o candidato do PROS encabeça a chapa, o PSDB é favorável, assim como PT, Solidariedade, PSB, PV, PDT, PMB, PP, DC, PL, PCdoB, MDB, PSD, PSC, PSL, PTC e Patriota.
Apenas Rede, PTB, PRTB e os partidos que compõem a coligação do DEM Republicanos, Podemos, PMN, Avante e Cidadania não participaram do movimento.
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