A Polícia Federal (PF) divulgou nesta quinta-feira (21) o nome dos 37 indiciados, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na investigação que apurou a existência de uma organização criminosa responsável por atuar de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente da República no poder. Na lista está o major da reserva do Exército Angelo Martins Denicoli, morador de Colatina, no Noroeste do Estado.
O relatório final da PF foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o indiciamento dos investigados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A reportagem de A Gazeta tenta contato com Angelo. Este texto poderá ser atualizado a qualquer momento.
A PF ainda informou que as provas que embasaram o relatório foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário.
As investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos:
A primeira menção do envolvimento do major do Espírito Santo em supostas articulações visando a um golpe de Estado aconteceu no início deste ano, quando ele foi apontado como um dos alvos da PF, por meio da operação "Tempus Veritatis", deflagrada em fevereiro. Bolsonaro e seus aliados também faziam parte do rol de investigados.
À época, a PF asseverou que Denicoli estava supostamente ligado à tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito — configurados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Ele também era reconhecido por promover ataques e informações falsas contra a Covid-19 e as medidas sanitárias da pandemia.
Com a deflagração da operação, o major ficou proibido de manter contato com os demais investigados, até por meio de seus advogados, além de não poder deixar o Brasil, tendo que entregar seu passaporte às autoridades policiais.
Pouco mais de uma semana após ter sido alvo da operação da PF, o major teve sua exoneração informada pelo governo paulista, onde ocupava o cargo de assessor especial da Companhia de Processamento de Dados de São Paulo (Prodesp).
A exoneração ocorreu durante feriado de carnaval, conforme informou a empresa de tecnologia do governo paulista na ocasião. Inicialmente, a Prodesp havia informado que o militar tinha sido apenas afastado do posto.
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