Angelo Martins Denicoli, morador de Colatina, na Região Noroeste do Espírito Santo e major da reserva do Exército Brasileiro, é um dos alvos de busca e apreensão da Operação 'Tempus Veritatis' [hora da verdade, em latim] , deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (8). A lista com os nomes dos alvos foi divulgada pelo portal g1.
Segundo a Polícia Federal, Angelo é suspeito de integrar grupos que promoviam ataques virtuais a opositores, ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao sistema eletrônico de votação e ao processo eleitoral brasileiro.
Além disso, segundo a PF, Denicoli está supostamente ligado à tentativa de Golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito — configurados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Ele também era reconhecido por promover ataques e informações falsas contra a Covid-19 e as medidas sanitárias da pandemia.
A operação, que está em andamento, apura a suposta existência de uma organização criminosa que atuou na tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, envolve a obtenção de vantagem de natureza política com a manutenção de Jair Bolsonaro no poder.
A PF tem alvos no Distrito Federal e nos Estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná e Goiás
Em 2020, Denicoli chegou a ser nomeado pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello para o cargo de diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do Sistema Único de Saúde (SUS).
No ano seguinte, o major foi exonerado por Marcelo Queiroga, que substituiu a pasta na época. Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras, Angelo Denicoli ocupava o cargo de direção com um salário de R$ 13.623,39 brutos, segundo o Portal da Transparência.
Conforme divulgado por A Gazeta na data da exoneração, durante o período em que esteve no ministério, Denicoli manteve um discurso negacionista nas redes sociais. O militar defendeu, de acordo com reportagens da época, o uso de medicamentos ineficazes como “tratamento precoce” para a Covid-19, posicionando-se contra medidas restritivas e compartilhando publicações que criticaram governadores e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A reportagem tentou contato com Angelo Denicoli na manhã desta quinta-feira, mas não obteve retorno do investigado.
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A versão anterior desta matéria informava que a Polícia Federal não havia detalhado a participação de Angelo Denicoli na suposta organização criminosa. Com a divulgação dos documentos ligados à investigação, este texto foi atualizado.
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