Inconformados com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, um grupo de manifestantes se concentra em frente o 38º Batalhão de Infantaria, na Prainha, em Vila Velha. O movimento em frente a quartéis do Exército também ocorre em outros Estados como protesto contra a vitória de Lula (PT).
Os atos têm pauta antidemocrática, uma vez que contestam o resultado das eleições e sugerem uma intervenção militar no país, o que é inconstitucional. O movimento ocorre em paralelo aos bloqueios de estradas por caminhoneiros bolsonaristas, que vêm perdendo força.
Nesta quarta-feira (2) na Prainha, os manifestantes se concentraram mesmo debaixo de chuva. Eles repetiam frases como "a nossa bandeira jamais será vermelha", numa crítica ao PT, e usavam bandeiras do Brasil. Também era possível ver bandeiras da monarquia e cartazes com dizeres golpistas.
Atos em frente a quartéis do Exército também foram registrados neste feriado em pelo menos outros 23 Estados.
Não existe previsão na Constituição brasileira para que as Forças Armadas assumam o Poder, como acreditam alguns.
Além disso, o resultado da eleição foi proclamado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sem nenhum questionamento apresentado, e o governo Bolsonaro já deu início às tratativas para a transição de governo.
Na noite desta quarta-feira (2), Bolsonaro (PL) publicou um vídeo em que pede para seus apoiadores liberarem rodovias que estão obstruídas. No entanto, disse que outras manifestações, em praças e locais públicas, são "do jogo democrático" e não comentou o teor golpista dos protestos.
Segundo o presidente, as manifestações são espontâneas e afirma que elas são legítimas, desde que as pessoas não tenham seu direito de ir e vir afetado. "Proteste de outra forma, em outros locais, que isso é muito bem-vindo, faz parte da nossa democracia", diz.
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